Sheila Sacks /
Monumento está localizado no Mirante
do morro do Pasmado, em frente à enseada de Botafogo e do Pão de Açúcar /
Inaugurado em uma manhã chuvosa de
domingo, 13 de dezembro de 2020, terceiro dia das Festas das Luzes (Chanuchá)
do ano judaico de 5781, o Memorial às Vítimas do Holocausto no Rio de Janeiro,
no Parque Yitzhak Rabin, é o mais novo símbolo de tolerância e integração na
cidade mais famosa e emblemática do país.
Instalado em um ponto nobre da Zona
Sul do Rio, com vista para a enseada de Botafogo e o Pão de Açúcar, pontos turísticos dos mais visitados da América do Sul, o memorial ganhou uma
produção paisagística que mescla árvores nativas da Mata Atlântica e espécies
características da região do Oriente Médio. Espera-se que em pouco mais de dois
anos o projeto ambiental se destaque na paisagem.
O monumento com quase 20 metros de altura,
em forma de obelisco, representa os 10 mandamentos tendo na base a inscrição
“Não Matarás”. Também será construída uma edificação de 1,6 mil metros
quadrados que funcionará
como uma galeria circular de memória do Holocausto e espaço para exposições
temporárias, exibição de filmes, palestras e atividades educacionais.
O museu ficará no subsolo
com uma exposição permanente sobre a vida judaica antes, durante e depois do
Holocausto: como as pessoas viviam, a ascensão do nazismo, as perseguições e mortes, as formas
de resistência e as dificuldades posteriores para aqueles que perderam tudo.
Com investimentos privados
em torno de R$ 15 milhões, o memorial do Rio, pela localização privilegiada,
será um dos mais visitados do mundo. Um projeto que conta com o apoio da prefeitura
da cidade e a perseverança das lideranças judaicas locais. A previsão é que o complexo seja aberto em
setembro com acesso gratuito para alunos e professores da rede pública.
Meio
ambiente integra o projeto
Serão plantadas 7 mil novas mudas
em torno de toda a área do memorial. Ano passado foi concluída a retirada de
todo o lixo e da vegetação que crescia
desordenada pelas encostas.
De
acordo com matéria publicada no site
oficial da Prefeitura do Rio (24.09.2020), “ a requalificação do parque prevê a
criação de dois novos bosques; a construção de uma trilha rústica de 400 metros
circundando o Memorial do Holocausto; o plantio de 600 mudas de espécies da
Mata Atlântica, no bosque do setor sul ao longo da trilha; criação de três
corredores visuais com visão panorâmica da enseada de Botafogo e do Pão de
Açúcar nas faces norte e leste; e o plantio de 6 mil mudas na face norte e
leste.”
O texto prossegue,
detalhando as espécies a serem plantadas e sua localização: “Os dois novos
bosques – o de Israel e das Oliveiras – vão receber 120 mudas de espécies
representativas do Oriente Médio, como oliveiras, cedro-do-líbano, tamareiras e
figueiras. Além disso, o projeto do novo parque prevê também ornamentação
florística em alguns pontos. Como no entorno do Memorial, haverá uma moldura
florística com o plantio de lantanas, espécies muito resistentes a longas
exposições ao sol. E em torno do obelisco do Memorial, 20 mudas de ipê branco
para compor a ornamentação.“
Também
são destacados o plantio de mudas nativas da flora carioca e espécies
frutíferas: “Os corredores visuais não terão plantio de espécies arbóreas, como
no antigo Mirante do Pasmado, justamente para não fechar a paisagem dos
usuários da trilha. Em seu lugar, serão plantadas espécies de porte baixo como
bromélias, bouganvilles e alamandas, espécies nativas cariocas. Nas margens da
trilha serão plantadas espécies frutíferas nativas com o objetivo de
proporcionar aos visitantes uma experiência gustativa e visual. Na face sul do
parque serão plantadas 200 mudas de orquídeas e bromélias cariocas além de
helicônias e mudas de espécies frutíferas.”