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sábado, 25 de fevereiro de 2017

Judeus americanos se encontram com o Papa


Sheila Sacks

Um grupo de representantes da organização judaica americana “Anti-Defamation League” (ADL) esteve com o Papa no Vaticano, em 9 de fevereiro, para reafirmar o seu apoio aos esforços do sumo pontífice em condenar o antissemitismo que cresce na Europa.

No encontro, o papa Francisco expressou a sua gratidão pelo diálogo e as relações estreitas que a instituição mantém com Roma, e disse que a Igreja Católica sente-se particularmente obrigada a lutar contra as tendências antissemitas que são completamente contrárias aos princípios cristãos e a toda visão digna da pessoa humana. O papa também elogiou a ADL no seu trabalho de combater o ódio investindo em educação e promovendo o respeito a todos, principalmente aos mais fracos e necessitados.

O site católico “Zenit” reportou a visita, em 11 de fevereiro, sob o título “Papa Francisco condena antissemitismo e apela a não-violência – Judeus e católicos juntos contra o ódio”. No site da ADL, o encontro foi divulgado no mesmo dia da visita, em 9 de fevereiro: “ADL Leaders and Pope Francis Join to Reaffirm Jewish-Catholic Relations and Denounce Anti-Semitism”.

Catálogo de móveis gera polêmica em Israel

A rede sueca de móveis e utensílios domésticos IKEA reclamou do seu franqueado em Israel pela capa do catálogo de propaganda veiculado no país que exibe uma suposta família apenas integrada por pessoas do sexo masculino.  Na imagem, um homem de quipá, trajando calça preta, camisa branca e talit, folheia um livro, perto de uma estante, enquanto duas crianças brincam no chão da sala. A ausência de presença feminina na foto não agradou a multinacional que através de seu porta-voz garantiu que tal fato não vai se repetir e que o polêmico catálogo deve ser retirado de circulação.

Com móveis muito apreciados pela comunidade ortodoxa de Israel, a franquia está presente em Israel há 16 anos. Reportagem do jornal espanhol “El Pais”, em 16.02.2017, - “Mulheres e meninas desaparecem de catálogo da IKEA em Israel” - relata o imbróglio que irritou a matriz, causando constrangimento à marca e virando piada nas redes sociais.

Sob pressão da marca sueca, o diretor-geral da rede em Israel, em comunicado público, pediu desculpas pela ausência de mulheres na foto e prometeu que “as futuras publicações refletirão a posição da IKEA ao mesmo tempo em que demonstrarão respeito pela comunidade haredi (ultraortodoxa)”.

Encontrada caverna que pode ter abrigado pergaminhos do Mar Morto

Arqueólogos da Universidade Hebraica descobriram uma caverna milenar, do período do Segundo Templo, a oeste de Qumram, perto da costa noroeste do Mar Morto, que possivelmente serviu de esconderijo para os pergaminhos conhecidos como os Rolos do Mar Morto.

A revelação acontece mais de 60 anos depois das escavações que resultaram na descoberta de 11 cavernas com pergaminhos armazenados em frascos ou jarros. Semelhante a caverna 8, onde não foram encontrados pergaminhos, a caverna recém-descoberta (de número 12) apresenta jarros quebrados, fragmentos de envelopes, pedaços de corda e outros itens que demonstram que o local foi saqueado (provavelmente na década de 1950) e seu conteúdo roubado.

Para os especialistas israelenses que participaram da escavação, a descoberta desta 12ª caverna muda a certeza da localização original dos manuscritos bíblicos encontrados, restrita às cavernas 1 a 11, de acordo com as informações passadas pelos beduínos. Israel Hasson, autoridade em antiguidades, diz que o estado de Israel precisa se mobilizar e alocar recursos para essas operações de resgate histórico nas cavernas do deserto da Judeia. “Estamos em uma corrida contra o tempo, enquanto ladrões de antiguidades roubam heranças patrimoniais em todo o mundo para obter ganhos financeiros.”

Fonte: Site da Universidade Hebraica de Jerusalém
Artigo: “Hebrew University Archaeologists Find 12th Dead Sea Scrolls Cave”, publicado em 08.02.2017.

Chilenos pouco sabem sobre judeus e a Shoá

O presidente da comunidade judaica do Chile (CJCH), Shai Agosín, contou que através de uma consulta realizada em 2016, ficou constatado que poucos chilenos conhecem o judaísmo ou sabem alguma coisa sobre os judeus. Isso porque o Holocausto (Shoá), por exemplo, não é um tema que faz parte dos programas educativos das escolas locais.

Com uma comunidade em torno de 15 mil pessoas, os judeus chilenos dispõem de três colégios judaicos, atendendo 1.400 crianças e jovens, diferentes sinagogas e clubes, totalizando 50 instituições. Em contraposição, é no Chile que se concentra a maior comunidade palestina fora do mundo árabe. São 450 a 500 mil palestinos e seus descendentes que começaram a chegar ao país no início do século passado.

Considerando a influência e a participação ativa dessa comunidade na vida chilena, é bem grande a repercussão dos conflitos que ocorrem no Oriente Médio relacionados com Israel. Segundo Agosín, os fatos envolvendo palestinos e israelenses acabam gerando variadas ondas de antissemitismo classificadas pela mídia de antissionismo. E cita um fato recente: o tweet do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu aplaudindo o presidente Trump pelo muro que pretende construir na fronteira com o México para barrar a entrada de imigrantes ilegais.

A declaração, que ganhou a mídia mundial - no Brasil, o fato foi noticiado pelo jornal “Extra” da organização “O Globo” (“México censura Israel por tweet de Netanyahu”, em 29.01.2017)- não só irritou o governo do México que emitiu uma nota de protesto, mas também foi rejeitada pela comunidade judaica daquele país. “Coisas desse tipo são como destampassem um pote que permite sair o pior do antissemitismo”, afirma o representante judaico.

Um ano difícil para os judeus?

Na avaliação de Agosín, 2017 será um ano muito complexo para as comunidades judaicas. Utilizando-se da numerologia, ele considera os acontecimentos que se sucederam tendo o número 7 nas datas são bastante impactantes: 1897, Primeiro Congresso Sionista; 1917, Declaração Balfour; 1947,  o plano de dois estados; 1967, a Guerra dos Seis Dias; 1987, a primeira Intifada.

Fonte: Newsletter “Iton Gadol”, da Argentina, em 21.02.2017