A presença do presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas na posse da presidente Dilma Rousseff, em Brasília, no primeiro dia de 2011, recebeu tratamento vip da mídia brasileira. Fotos de ambos em caloroso aperto de mãos ganharam as primeiras páginas dos principais jornais do país (O Globo, Estado de São Paulo, Estado de Minas), superando a atenção dada a outras personalidades presentes ao evento, a saber: a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, o príncipe de Astúrias, Felipe de Borbón, herdeiro da coroa espanhola, o primeiro-ministro da Coreia do Sul, Kim Hwang-Sik, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez e o primeiro-ministro da Bulgária, Boyco Borissov (Dilma é filha de búlgaro).
A foto também serviu de chamariz para uma ampla entrevista de quase uma página que O Globo fez publicar, encimada por um título provocador – “Israel não acredita na paz” – pinçado de uma das respostas do dirigente palestino acerca dos assentamentos judaicos em Jerusalém Oriental. Diante da insinuação do repórter Roberto Maltchik de que o governo de Israel não dava mostras de querer “congelar os assentamentos”, Abbas foi incisivo: “Esse não é meu problema. É problema deles. Se eles não se importam com nada, se eles não escutam ninguém, isso significa que eles não querem a paz. Eles não acreditam na paz. Então, quem pode pôr pressão neles? Só os Estados Unidos. Paralelamente, a comunidade internacional. Então, o governo Israel vai ficar isolado.”
Governo brasileiro doou terreno para a embaixada palestina
Mahmoud Abbas ficou 4 dias no Brasil e antes da posse de Dilma ele inaugurou a pedra fundamental da futura embaixada palestina em Brasília, a ser construída em um terreno de 15 mil metros quadrados doado pelo governo brasileiro. No início de dezembro de 2010, ainda no governo Lula, o Brasil reconheceu o Estado palestino “com as fronteiras de 1967” (antes da Guerra dos Seis Dias), que incluem a Cisjordância, Jerusalém Oriental e a faixa de Gaza. A decisão foi seguida pelos vizinhos Argentina, Paraguai e Uruguai, e outros países da região, como a Bolívia, Equador e Peru, já se manifestaram a favor desse reconhecimento.
Em Brasília, Abbas aproveitou para agradecer de viva voz o gesto do presidente uruguaio e ex-guerrilheiro tupamaro, José Mujica, e iniciou as negociações com o chileno Sebástian Piñera para que o Chile se junte ao grupo. Na entrevista ao Globo, um dia depois dos festejos da posse e minutos antes de ser recebido em audiência por Dilma Roussef, ele revelou que iria demonstrar a sua gratidão ao governo brasileiro, “que foi o primeiro no continente a reconhecer o Estado palestino”. Abbas ainda adiantou que o ex-presidente Lula visitará Ramallah nos próximos meses.
Acompanhando o encontro de Abbas com Dilma, o novo ministro brasileiro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, contou aos jornalistas que o dirigente palestino convidou a presidente para uma visita à Cisjordânia. Segundo o ministro, o tom da reunião entre os dois líderes foi de “congraçamento”. Patriota, de 56 anos, que substitui o chanceler Celso Amorim (o ministro do Exterior que mais tempo ficou no cargo, cerca de 8 anos), foi embaixador em Washington e é casado com uma norte-americana naturalizada brasileira. De perfil discreto e disciplinado, caracteriza-se, segundo analistas, por ser um eficiente executor das diretrizes da diplomacia palaciana que deverão se manter inalteradas no quesito ideológico, em função da permanência do assessor internacional da Presidência do governo Lula, o gaúcho Marco Aurélio Garcia, 70 anos, ex-militante do partido comunista e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores(PT).
Críticas à diplomacia brasileira são reveladas pelo Wikileaks
Formado em Filosofia e Direito, Marco Aurélio é professor licenciado de História da Universidade de Campinas (SP) desde que se instalou no Planalto, em 2003, como uma espécie de guru da Presidência para assuntos internacionais. Em 2007, em entrevista à revista política-literária Piauí, o assessor de Lula atacou Israel, classificando as ações de defesa do país contra atos terroristas de “crimes de guerra”, porque atingiam civis. Jactando-se de seus conhecimentos históricos, ele continuou no mesmo tom: "Se querem reconstituir a história, estou disposto a reconstituir. É a minha profissão. Israel apoiou durante todo o tempo o regime do apartheid na África do Sul. Apoiou todo o tempo a ditadura de Somoza, na Nicarágua, e a de Salazar, em Portugal. Não venham agora querer bancar os bacanas para o meu lado."
Recentemente, Marco Aurélio foi citado como simpatizante das Farcs (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em documentos revelados pelo Wikileaks. A afirmação foi feita em 2009, pelo então embaixador colombiano em Brasília, Tony Jozame, em referência às reações contrárias do Brasil ao Acordo Militar de Cooperação de Defesa EUA-Colômbia. Em conversa com diplomatas americanos, Jozame disse ainda que “o Ministério de Relações Exteriores brasileiro é esquerdista, anti-ianque e ciumento da liderança de qualquer país da região”.
Enviado do Irã diz que aliança com o Brasil vai se ampliar
Outra figura que ficou na berlinda foi Mohammad Abbasi, assessor especial para assuntos da América Latina do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Apontado como um dos homens de confiança do líder iraniano, Abbasi esteve na posse de Dilma e veio com a missão de fortalecer e consolidar as boas relações entre o Brasil e o Irã. Falando ao jornal Folha de São Paulo, na véspera da posse, ele se mostrou otimista em relação à ampliação dos vínculos com o governo brasileiro, inclusive na área nuclear. Na entrevista realizada na Embaixada do Irã, em Brasília, o enviado de Ahmadinejad declarou que a sua presença na cerimônia da posse foi “uma maneira de enviar ao mundo a mensagem de que nossa aliança continua, e que haverá mais acordos entre nós”. Abbasi destacou o interesse do Irã em desenvolver uma cooperação bilateral com o Brasil no campo nuclear, já que ambos os países “conseguiram desenvolver cientificamente a capacidade do uso da energia nuclear de forma autônoma, para fins pacíficos”.
É importante assinalar que o comércio entre Brasil e Irã duplicou nos últimos sete anos, de US$ 500 milhões para US$ 1,23 bilhão. O Irã é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil no Oriente Médio, principalmente quando o assunto é o setor alimentício. Na visita que fez a Teerã, em maio de 2010, Lula anunciou uma linha de financiamento de 1 bilhão de euros, nos próximos cinco anos, para importadores iranianos de produtos brasileiros.
Países árabes são o terceiro maior parceiro comercial do Brasil
Em artigo publicado no jornal Valor Econômico (30.12.2010), o professor de economia Javier Santiso observa que em 2010 os países árabes foram o terceiro principal parceiro comercial do Brasil (depois da China e dos Estados Unidos), absorvendo mais de US$ 10 bilhões de exportações brasileiras,cerca de 11º do total exportado pelo Brasil. Ele lembra que a estimativa é de que existem cerca de 20 milhões de latino-americanos de origem árabe na América Latina, sendo sete milhões no Brasil (alguns calculam em 10 milhões). Países como Catar e Emirados Árabes Unidos, através de seus bilionários fundos de investimentos, estão adquirindo participações em bancos, ativos comerciais, hotéis, petróleo, gás, construção civil e particularmente no setor agroindustrial que esteja ligado à água, um bem escasso na península arábica. Santiso lembra que a América Latina concentra cerca de 30% do total das reservas mundiais de água, sendo 13% no Brasil. “Esse ouro azul esta se tornando tão precioso quanto o ouro negro.”
América do Sul e países árabes na nova geografia de poder
No balanço final sobre os seus oito anos à frente do Itamaraty, o chanceler Celso Amorim também destacou a intensificação dos laços comerciais com os países árabes. Convidado a falar na Comissão de Relações Exteriores do Senado, em dezembro último, ele anunciou para breve o fechamento de Acordo de Livre Comércio (ALC) do Mercosul com o Egito e adiantou que outros acordos serão feitos com a Síria e a Autoridade Palestina. Dentre as suas realizações ele citou a realização das “Três cúpulas América do Sul-Países Árabes (ASPA)” – um fórum de coordenação política e cooperação bi-regional implantado em 2005 por iniciativa do presidente Lula, reunindo 22 países árabes e 12 sul-americanos - , salientando que as relações do Brasil com o mundo árabe, no campo dos negócios, quadruplicaram nesse período.
Por sua vez, o novo ministro do Exterior, Antônio Patriota, no discurso de posse, defendeu “o acerto das opções dos últimos anos” em política externa, mas deu a entender que haverá “reconsiderações de certas ênfases”. Cuidadoso na escolha das palavras e meticuloso na adoção de mensagens cifradas endereçadas à Casa Branca e seus aliados, ele disse que o Brasil superou “o acúmulo de vulnerabilidades” econômicas e sociais que limitavam a sua ação internacional e hoje esta entre os novos pólos globais. Afirmando que “consensos de outras eras são cada vez mais questionados e os antigos formadores de opinião encontram dificuldade crescente para prevalecer suas ideias”, o Patriota de Dilma promete ser o clone melhor acabado do homem que de fato vem dando as cartas, há quase uma década, na política internacional brasileira. De seu pequeno e discreto gabinete em Brasília, Marco Aurélio, um ex-exilado político, definido como “idealista da esquerda” pela Wikipédia, continuará no seu afã de recriar um novo mapa geográfico de poder onde o Brasil teria reais condições de cutucar, nem que fosse com vara curta, o gigante do Ocidente.
A foto também serviu de chamariz para uma ampla entrevista de quase uma página que O Globo fez publicar, encimada por um título provocador – “Israel não acredita na paz” – pinçado de uma das respostas do dirigente palestino acerca dos assentamentos judaicos em Jerusalém Oriental. Diante da insinuação do repórter Roberto Maltchik de que o governo de Israel não dava mostras de querer “congelar os assentamentos”, Abbas foi incisivo: “Esse não é meu problema. É problema deles. Se eles não se importam com nada, se eles não escutam ninguém, isso significa que eles não querem a paz. Eles não acreditam na paz. Então, quem pode pôr pressão neles? Só os Estados Unidos. Paralelamente, a comunidade internacional. Então, o governo Israel vai ficar isolado.”
Governo brasileiro doou terreno para a embaixada palestina
Mahmoud Abbas ficou 4 dias no Brasil e antes da posse de Dilma ele inaugurou a pedra fundamental da futura embaixada palestina em Brasília, a ser construída em um terreno de 15 mil metros quadrados doado pelo governo brasileiro. No início de dezembro de 2010, ainda no governo Lula, o Brasil reconheceu o Estado palestino “com as fronteiras de 1967” (antes da Guerra dos Seis Dias), que incluem a Cisjordância, Jerusalém Oriental e a faixa de Gaza. A decisão foi seguida pelos vizinhos Argentina, Paraguai e Uruguai, e outros países da região, como a Bolívia, Equador e Peru, já se manifestaram a favor desse reconhecimento.
Em Brasília, Abbas aproveitou para agradecer de viva voz o gesto do presidente uruguaio e ex-guerrilheiro tupamaro, José Mujica, e iniciou as negociações com o chileno Sebástian Piñera para que o Chile se junte ao grupo. Na entrevista ao Globo, um dia depois dos festejos da posse e minutos antes de ser recebido em audiência por Dilma Roussef, ele revelou que iria demonstrar a sua gratidão ao governo brasileiro, “que foi o primeiro no continente a reconhecer o Estado palestino”. Abbas ainda adiantou que o ex-presidente Lula visitará Ramallah nos próximos meses.
Acompanhando o encontro de Abbas com Dilma, o novo ministro brasileiro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, contou aos jornalistas que o dirigente palestino convidou a presidente para uma visita à Cisjordânia. Segundo o ministro, o tom da reunião entre os dois líderes foi de “congraçamento”. Patriota, de 56 anos, que substitui o chanceler Celso Amorim (o ministro do Exterior que mais tempo ficou no cargo, cerca de 8 anos), foi embaixador em Washington e é casado com uma norte-americana naturalizada brasileira. De perfil discreto e disciplinado, caracteriza-se, segundo analistas, por ser um eficiente executor das diretrizes da diplomacia palaciana que deverão se manter inalteradas no quesito ideológico, em função da permanência do assessor internacional da Presidência do governo Lula, o gaúcho Marco Aurélio Garcia, 70 anos, ex-militante do partido comunista e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores(PT).
Críticas à diplomacia brasileira são reveladas pelo Wikileaks
Formado em Filosofia e Direito, Marco Aurélio é professor licenciado de História da Universidade de Campinas (SP) desde que se instalou no Planalto, em 2003, como uma espécie de guru da Presidência para assuntos internacionais. Em 2007, em entrevista à revista política-literária Piauí, o assessor de Lula atacou Israel, classificando as ações de defesa do país contra atos terroristas de “crimes de guerra”, porque atingiam civis. Jactando-se de seus conhecimentos históricos, ele continuou no mesmo tom: "Se querem reconstituir a história, estou disposto a reconstituir. É a minha profissão. Israel apoiou durante todo o tempo o regime do apartheid na África do Sul. Apoiou todo o tempo a ditadura de Somoza, na Nicarágua, e a de Salazar, em Portugal. Não venham agora querer bancar os bacanas para o meu lado."
Recentemente, Marco Aurélio foi citado como simpatizante das Farcs (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em documentos revelados pelo Wikileaks. A afirmação foi feita em 2009, pelo então embaixador colombiano em Brasília, Tony Jozame, em referência às reações contrárias do Brasil ao Acordo Militar de Cooperação de Defesa EUA-Colômbia. Em conversa com diplomatas americanos, Jozame disse ainda que “o Ministério de Relações Exteriores brasileiro é esquerdista, anti-ianque e ciumento da liderança de qualquer país da região”.
Enviado do Irã diz que aliança com o Brasil vai se ampliar
Outra figura que ficou na berlinda foi Mohammad Abbasi, assessor especial para assuntos da América Latina do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Apontado como um dos homens de confiança do líder iraniano, Abbasi esteve na posse de Dilma e veio com a missão de fortalecer e consolidar as boas relações entre o Brasil e o Irã. Falando ao jornal Folha de São Paulo, na véspera da posse, ele se mostrou otimista em relação à ampliação dos vínculos com o governo brasileiro, inclusive na área nuclear. Na entrevista realizada na Embaixada do Irã, em Brasília, o enviado de Ahmadinejad declarou que a sua presença na cerimônia da posse foi “uma maneira de enviar ao mundo a mensagem de que nossa aliança continua, e que haverá mais acordos entre nós”. Abbasi destacou o interesse do Irã em desenvolver uma cooperação bilateral com o Brasil no campo nuclear, já que ambos os países “conseguiram desenvolver cientificamente a capacidade do uso da energia nuclear de forma autônoma, para fins pacíficos”.
É importante assinalar que o comércio entre Brasil e Irã duplicou nos últimos sete anos, de US$ 500 milhões para US$ 1,23 bilhão. O Irã é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil no Oriente Médio, principalmente quando o assunto é o setor alimentício. Na visita que fez a Teerã, em maio de 2010, Lula anunciou uma linha de financiamento de 1 bilhão de euros, nos próximos cinco anos, para importadores iranianos de produtos brasileiros.
Países árabes são o terceiro maior parceiro comercial do Brasil
Em artigo publicado no jornal Valor Econômico (30.12.2010), o professor de economia Javier Santiso observa que em 2010 os países árabes foram o terceiro principal parceiro comercial do Brasil (depois da China e dos Estados Unidos), absorvendo mais de US$ 10 bilhões de exportações brasileiras,cerca de 11º do total exportado pelo Brasil. Ele lembra que a estimativa é de que existem cerca de 20 milhões de latino-americanos de origem árabe na América Latina, sendo sete milhões no Brasil (alguns calculam em 10 milhões). Países como Catar e Emirados Árabes Unidos, através de seus bilionários fundos de investimentos, estão adquirindo participações em bancos, ativos comerciais, hotéis, petróleo, gás, construção civil e particularmente no setor agroindustrial que esteja ligado à água, um bem escasso na península arábica. Santiso lembra que a América Latina concentra cerca de 30% do total das reservas mundiais de água, sendo 13% no Brasil. “Esse ouro azul esta se tornando tão precioso quanto o ouro negro.”
América do Sul e países árabes na nova geografia de poder
No balanço final sobre os seus oito anos à frente do Itamaraty, o chanceler Celso Amorim também destacou a intensificação dos laços comerciais com os países árabes. Convidado a falar na Comissão de Relações Exteriores do Senado, em dezembro último, ele anunciou para breve o fechamento de Acordo de Livre Comércio (ALC) do Mercosul com o Egito e adiantou que outros acordos serão feitos com a Síria e a Autoridade Palestina. Dentre as suas realizações ele citou a realização das “Três cúpulas América do Sul-Países Árabes (ASPA)” – um fórum de coordenação política e cooperação bi-regional implantado em 2005 por iniciativa do presidente Lula, reunindo 22 países árabes e 12 sul-americanos - , salientando que as relações do Brasil com o mundo árabe, no campo dos negócios, quadruplicaram nesse período.
Por sua vez, o novo ministro do Exterior, Antônio Patriota, no discurso de posse, defendeu “o acerto das opções dos últimos anos” em política externa, mas deu a entender que haverá “reconsiderações de certas ênfases”. Cuidadoso na escolha das palavras e meticuloso na adoção de mensagens cifradas endereçadas à Casa Branca e seus aliados, ele disse que o Brasil superou “o acúmulo de vulnerabilidades” econômicas e sociais que limitavam a sua ação internacional e hoje esta entre os novos pólos globais. Afirmando que “consensos de outras eras são cada vez mais questionados e os antigos formadores de opinião encontram dificuldade crescente para prevalecer suas ideias”, o Patriota de Dilma promete ser o clone melhor acabado do homem que de fato vem dando as cartas, há quase uma década, na política internacional brasileira. De seu pequeno e discreto gabinete em Brasília, Marco Aurélio, um ex-exilado político, definido como “idealista da esquerda” pela Wikipédia, continuará no seu afã de recriar um novo mapa geográfico de poder onde o Brasil teria reais condições de cutucar, nem que fosse com vara curta, o gigante do Ocidente.