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segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Rio ganha seu Museu do Holocausto em área turística

 

/ Sheila Sacks  /


O monumento localizado no Morro do Pasmado, em frente à enseada de Botafogo, estará aberto à visitação pública a partir de 27 de janeiro

Em setembro do ano passado (2021), com as obras do Museu praticamente concluídas e o Monumento em Memória às Vítimas do Holocausto já inaugurado  pelo então prefeito Marcelo Crivella, o Ministério Público Federal  ingressou com um pedido de liminar   para interromper os serviços no local até o término da perícia judicial que estava em curso. 

A ação, movida pela associação de moradores do bairro, alegava que o Morro do Pasmado, em Botafogo,  era um bem tombado pelo  Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)  e sob proteção cultural da Unesco, e, portanto, não caberiam obras que pudessem alterar  a paisagem. O questionamento se fazia presente principalmente em relação ao obelisco de quase 20 metros de altura, representando os 10 Mandamentos, e ao projeto de paisagismo da encosta mesclando plantas nativas da Mata Atlântica com outras espécies.

No entanto, ainda em 2018, o Iphan já tinha emitido parecer concluindo que o Morro do Pasmado não estava inserido “em área de entorno do bem tombado”, que abrange os morros do Pão de Açúcar, Corcovado, Babilônia, Cara de Cão e da Urca. Também a Câmara Municipal do Rio já tinha aprovado uma lei de cessão do espaço, por 30 anos, para a construção do Museu, e a prefeitura, por sua vez,  concedida  a devida licença para as obras

Dias depois, amparados por decisão judicial , os serviços de conclusão das instalações internas do prédio não foram interrompidos e seguiram normalmente.



Na abertura do Museu, inicialmente restrita a convidados, esteve presente o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que se manifestou em rede social sobre o evento: “Lembrar para que jamais se repita! O Rio se torna mais uma cidade do mundo a contar com um Memorial do Holocausto. Estive hoje na inauguração do espaço que foi erguido em memória das milhões de vítimas do Nazismo durante a Segunda Guerra.”

Igual sorte não teve o Museu Judaico de Lisboa cuja construção teve que ser deslocada para longe do local original, depois de mais de quatro anos de luta judicial com a Associação do Patrimônio e População de Alfama.  Projetado para ser construído no histórico bairro de Lisboa, onde existiu na Idade Média um populoso núcleo judeu, o museu agora será erguido no distrito de Belém, a uma quadra do Rio Tejo. Porém existe a promessa da construção de um Memorial no Largo de São Miguel, em Alfama.

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