/ Sheila Sacks /
O monumento localizado no
Morro do Pasmado, em frente à enseada de Botafogo, estará aberto à visitação
pública a partir de 27 de janeiro
Em setembro do ano passado (2021), com as obras do Museu praticamente concluídas e o Monumento em Memória às Vítimas do Holocausto já inaugurado pelo então prefeito Marcelo Crivella, o Ministério Público Federal ingressou com um pedido de liminar para interromper os serviços no local até o término da perícia judicial que estava em curso.
A
ação, movida pela associação de moradores do bairro, alegava
que o Morro do Pasmado, em Botafogo, era
um bem tombado pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e sob proteção cultural da Unesco, e,
portanto, não caberiam obras que pudessem alterar a paisagem. O questionamento se fazia
presente principalmente em relação ao obelisco de quase 20 metros de altura,
representando os 10 Mandamentos, e ao projeto de paisagismo da encosta mesclando plantas nativas da Mata Atlântica com outras espécies.
No entanto, ainda em 2018,
o Iphan já tinha emitido parecer concluindo que o Morro do Pasmado não estava
inserido “em área de entorno do bem tombado”, que abrange os morros do Pão de Açúcar,
Corcovado, Babilônia, Cara de Cão e da Urca. Também a Câmara
Municipal do Rio já tinha aprovado uma lei de cessão do espaço, por 30 anos,
para a construção do Museu, e a prefeitura, por sua vez, concedida a devida licença para as obras
Dias depois, amparados por
decisão judicial , os serviços de conclusão das instalações internas do prédio não
foram interrompidos e seguiram normalmente.
Na abertura do Museu, inicialmente
restrita a convidados, esteve presente o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que se
manifestou em rede social sobre o evento: “Lembrar para que jamais se repita! O
Rio se torna mais uma cidade do mundo a contar com um Memorial do Holocausto.
Estive hoje na inauguração do espaço que foi erguido em memória das milhões de
vítimas do Nazismo durante a Segunda Guerra.”
Igual sorte não teve o
Museu Judaico de Lisboa cuja construção teve que ser deslocada para longe do
local original, depois de mais de quatro anos de luta judicial com a Associação
do Patrimônio e População de Alfama. Projetado para ser construído no histórico
bairro de Lisboa, onde existiu na Idade Média um populoso núcleo judeu, o museu
agora será erguido no distrito de Belém, a uma quadra do Rio Tejo. Porém existe
a promessa da construção de um Memorial no Largo de São Miguel, em Alfama.
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