por Sheila Sacks
Iniciativas inteligentes merecem ser elogiadas e, por que não, divulgadas e até copiadas. É o caso da Agência de Notícias Brasil-Árabe (Anba), criada em setembro de 2003, para promover uma maior comunicação entre o Brasil e os 22 países árabes. Nesses quase seis anos de funcionamento, a Anba já ganhou sete prêmios de jornalismo na categoria de reportagens website e é a única agência noticiosa citada como mídia nacional, ao lado da Agência Brasil, do Governo Federal, no site oficial do Ministério das Relações Exteriores.
Ancorada pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira e apoiada por parcerias com correspondentes e órgãos noticiosos de países árabes, a agência apresenta um site muito bem estruturado e atualizado de notícias e artigos. Isso porque o status da Anba como agência noticiosa lhe permite acompanhar a agenda de eventos, encontros e entrevistas de autoridades brasileiras, como a desenvolvida por um grupo de embaixadores árabes de Brasília em visita oficial ao Rio, em maio deste ano. A agência, através de sua correspondente, participou e reportou os encontros da missão diplomática no Palácio Laranjeiras, com o governador Sergio Cabral, e no Palácio da Cidade, com o prefeito Eduardo Paes. Também por ocasião da viagem do presidente Lula à Arábia Saudita, a agência esteve presente nos principais eventos naquele país.
Maior diálogo
Em edição bilíngue, inglês e português, a Anba se tornou um canal de comunicação necessário ao diálogo entre brasileiros e árabes, e fonte de consulta para a mídia nacional, já que desfruta de acesso irrestrito a todas iniciativas e programações instituídas pelas comunidades árabes no Brasil e no mundo. Contando com uma equipe de 15 profissionais, a agência sediada em São Paulo também mantém cooperação com agências noticiosas de outros países. Para o jornalista Eduardo Ribeiro, um dos responsáveis pelo portal de Comunicação Mega Brasil, a agência Anba, cujas iniciais significam, no idioma árabe, notícia, surgiu no vácuo da grande imprensa. Além de valorizar o intercâmbio comercial entre o Brasil e os países árabes, o objetivo da iniciativa foi o de fugir do filtro das grandes agências ocidentais e trabalhar a notícia a partir das fontes primárias, com o apoio das agências de notícias e jornais árabes.
Exemplos dessa postura podem ser observados no teor das reportagens. Em uma delas fica-se sabendo que, de acordo com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o Brasil negociou em 2008 mais jogadores (81) com os clubes árabes do que com países como Itália (53) e Espanha (34). Em uma única transação de jogador brasileiro para um clube dos Emirados Árabes a cifra envolvida chegou a 38 milhões de reais. Outra notícia dá conta que a cidade de Beirute foi escolhida pela UNESCO como a capital mundial do Livro de 2009, com direito à homenagem dos Correios Brasileiros que já editou um selo postal comemorativo.
A visita do ministro de Relações Exteriores do Egito ao presidente Lula, em julho, também recebeu detalhada cobertura da Anba que registrou, na época, o pedido do dirigente brasileiro ao governo egípcio no sentido de um apoio eficaz à candidatura do Rio de Janeiro para a sede das Olimpíadas de 2016. A matéria sobre uma firma brasileira de abate bovino que cumpre a lei halal muçulmana mostrou que a empresa fechou uma parceria milionária com o maior grupo da África do Sul que controla 500 empresas do ramo. Segundo a agência, nos 112 países com presença de muçulmanos, estimados em 2 bilhões de pessoas, a movimentação de produtos halal gira em torno de 150 bilhões de dólares, somente no setor de alimentos.
Zenit
Mas a Anba não está sozinha. A agência internacional de notícias Zenit é mais um exemplo interessante no ramo da comunicação. Sob o slogan “O Mundo visto de Roma”, ela é constituída por profissionais e voluntários católicos baseados em diversos países que abordam os mais diferentes assuntos da atualidade sob o prisma cristão. A cobertura jornalística das atividades do Papa e as matérias exclusivas sobre questões relevantes nos âmbitos religioso, social e político são publicadas nos idiomas espanhol, inglês, francês, alemão, italiano, árabe e português.
Criada em 1997, as notícias da Zenit são republicadas em mais de 20 mil meios de comunicação, entre jornais, rádios, TVs, portais, boletins etc. Tem 520 mil assinantes cadastrados em seu correio eletrônico e centenas de milhares que consultam diariamente o seu site.
Boa Hora
Ainda que a comunidade judaica seja bem menor do que outras comunidades existentes no Brasil, notadamente a de descendentes árabes, fatos positivos que vêm ocorrendo poderão contribuir para futuras ações, principalmente na área da Comunicação Social. Com a chegada da companhia aérea israelense El Al ao Brasil, a reinstalação do Consulado israelense em São Paulo e a implantação do Consulado Honorário de Israel no Rio de Janeiro, a comunidade judaica brasileira vive um momento auspicioso. Sua importância e influência observadas nos variados segmentos da vida nacional é um dado real que atesta o progresso e a maturidade de uma coletividade que, embora pequena quantitativamente, excede em qualidades individuais.
O jornalismo comunitário ativamente praticado na comunidade judaica é hoje uma expressão sócio-cultural valiosa e ocupa uma posição de destaque, concorrendo para o fomento, a preservação e a união dos valores tradicionais e religiosos que tendem a se perder ou se diluir na grande sociedade. Também nesse nicho a coletividade judaica brasileira está bem servida, com informativos variados de federações, associações, clubes, sinagogas, escolas, grupos etc. São dezenas de boletins que semanalmente chegam às casas dos membros da coletividade via internet, aos quais se juntam mais informações oriundas de centenas de blogs que repercutem as notícias da grande mídia.
Entretanto, frente aos desafios de uma mídia profissional globalizada, muitas vezes amparada por múltiplos apêndices desestabilizantes que favorecem o crescimento subterrâneo de movimentos extremistas e as ações persuasivas calcadas em visões radicais, torna-se previdente e pertinente a implantação de um órgão de difusão externa com status informativo reconhecido, apto para funcionar como parceiro e fonte nesse segmento. Uma agência de notícias Brasil-Israel que se faça presente por meio de profissionais qualificados nos atos e eventos oficiais federais, estaduais e municipais que tenham correlação com a comunidade judaica e o Estado de Israel. Que seja ainda base de apoio para as centenas de blogs que militam nessa faixa. E no caso de reportagens e artigos relevantes publicados em outros idiomas, que os mesmos sejam democratizados pela agência através do instrumento da tradução, disponibilizando-os para todos os interessados, de profissionais da mídia a leitores em geral.
Enfim, que a agência atue como um polo de informação e formação inserido formalmente na grande rede virtual noticiosa nacional e internacional.
Ancorada pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira e apoiada por parcerias com correspondentes e órgãos noticiosos de países árabes, a agência apresenta um site muito bem estruturado e atualizado de notícias e artigos. Isso porque o status da Anba como agência noticiosa lhe permite acompanhar a agenda de eventos, encontros e entrevistas de autoridades brasileiras, como a desenvolvida por um grupo de embaixadores árabes de Brasília em visita oficial ao Rio, em maio deste ano. A agência, através de sua correspondente, participou e reportou os encontros da missão diplomática no Palácio Laranjeiras, com o governador Sergio Cabral, e no Palácio da Cidade, com o prefeito Eduardo Paes. Também por ocasião da viagem do presidente Lula à Arábia Saudita, a agência esteve presente nos principais eventos naquele país.
Maior diálogo
Em edição bilíngue, inglês e português, a Anba se tornou um canal de comunicação necessário ao diálogo entre brasileiros e árabes, e fonte de consulta para a mídia nacional, já que desfruta de acesso irrestrito a todas iniciativas e programações instituídas pelas comunidades árabes no Brasil e no mundo. Contando com uma equipe de 15 profissionais, a agência sediada em São Paulo também mantém cooperação com agências noticiosas de outros países. Para o jornalista Eduardo Ribeiro, um dos responsáveis pelo portal de Comunicação Mega Brasil, a agência Anba, cujas iniciais significam, no idioma árabe, notícia, surgiu no vácuo da grande imprensa. Além de valorizar o intercâmbio comercial entre o Brasil e os países árabes, o objetivo da iniciativa foi o de fugir do filtro das grandes agências ocidentais e trabalhar a notícia a partir das fontes primárias, com o apoio das agências de notícias e jornais árabes.
Exemplos dessa postura podem ser observados no teor das reportagens. Em uma delas fica-se sabendo que, de acordo com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o Brasil negociou em 2008 mais jogadores (81) com os clubes árabes do que com países como Itália (53) e Espanha (34). Em uma única transação de jogador brasileiro para um clube dos Emirados Árabes a cifra envolvida chegou a 38 milhões de reais. Outra notícia dá conta que a cidade de Beirute foi escolhida pela UNESCO como a capital mundial do Livro de 2009, com direito à homenagem dos Correios Brasileiros que já editou um selo postal comemorativo.
A visita do ministro de Relações Exteriores do Egito ao presidente Lula, em julho, também recebeu detalhada cobertura da Anba que registrou, na época, o pedido do dirigente brasileiro ao governo egípcio no sentido de um apoio eficaz à candidatura do Rio de Janeiro para a sede das Olimpíadas de 2016. A matéria sobre uma firma brasileira de abate bovino que cumpre a lei halal muçulmana mostrou que a empresa fechou uma parceria milionária com o maior grupo da África do Sul que controla 500 empresas do ramo. Segundo a agência, nos 112 países com presença de muçulmanos, estimados em 2 bilhões de pessoas, a movimentação de produtos halal gira em torno de 150 bilhões de dólares, somente no setor de alimentos.
Zenit
Mas a Anba não está sozinha. A agência internacional de notícias Zenit é mais um exemplo interessante no ramo da comunicação. Sob o slogan “O Mundo visto de Roma”, ela é constituída por profissionais e voluntários católicos baseados em diversos países que abordam os mais diferentes assuntos da atualidade sob o prisma cristão. A cobertura jornalística das atividades do Papa e as matérias exclusivas sobre questões relevantes nos âmbitos religioso, social e político são publicadas nos idiomas espanhol, inglês, francês, alemão, italiano, árabe e português.
Criada em 1997, as notícias da Zenit são republicadas em mais de 20 mil meios de comunicação, entre jornais, rádios, TVs, portais, boletins etc. Tem 520 mil assinantes cadastrados em seu correio eletrônico e centenas de milhares que consultam diariamente o seu site.
Boa Hora
Ainda que a comunidade judaica seja bem menor do que outras comunidades existentes no Brasil, notadamente a de descendentes árabes, fatos positivos que vêm ocorrendo poderão contribuir para futuras ações, principalmente na área da Comunicação Social. Com a chegada da companhia aérea israelense El Al ao Brasil, a reinstalação do Consulado israelense em São Paulo e a implantação do Consulado Honorário de Israel no Rio de Janeiro, a comunidade judaica brasileira vive um momento auspicioso. Sua importância e influência observadas nos variados segmentos da vida nacional é um dado real que atesta o progresso e a maturidade de uma coletividade que, embora pequena quantitativamente, excede em qualidades individuais.
O jornalismo comunitário ativamente praticado na comunidade judaica é hoje uma expressão sócio-cultural valiosa e ocupa uma posição de destaque, concorrendo para o fomento, a preservação e a união dos valores tradicionais e religiosos que tendem a se perder ou se diluir na grande sociedade. Também nesse nicho a coletividade judaica brasileira está bem servida, com informativos variados de federações, associações, clubes, sinagogas, escolas, grupos etc. São dezenas de boletins que semanalmente chegam às casas dos membros da coletividade via internet, aos quais se juntam mais informações oriundas de centenas de blogs que repercutem as notícias da grande mídia.
Entretanto, frente aos desafios de uma mídia profissional globalizada, muitas vezes amparada por múltiplos apêndices desestabilizantes que favorecem o crescimento subterrâneo de movimentos extremistas e as ações persuasivas calcadas em visões radicais, torna-se previdente e pertinente a implantação de um órgão de difusão externa com status informativo reconhecido, apto para funcionar como parceiro e fonte nesse segmento. Uma agência de notícias Brasil-Israel que se faça presente por meio de profissionais qualificados nos atos e eventos oficiais federais, estaduais e municipais que tenham correlação com a comunidade judaica e o Estado de Israel. Que seja ainda base de apoio para as centenas de blogs que militam nessa faixa. E no caso de reportagens e artigos relevantes publicados em outros idiomas, que os mesmos sejam democratizados pela agência através do instrumento da tradução, disponibilizando-os para todos os interessados, de profissionais da mídia a leitores em geral.
Enfim, que a agência atue como um polo de informação e formação inserido formalmente na grande rede virtual noticiosa nacional e internacional.