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quinta-feira, 6 de março de 2025

Covid-19/ano 5: pesquisas apontam novos vírus com risco pandêmico

/ Sheila Sacks /

Em fevereiro, um estudo publicado por cientistas chineses na revista científica americana Cell provocou turbulência nos mercados financeiros mundiais, inclusive no Brasil, com aumento do preço do dólar e queda na rentabilidade das ações.

A descoberta de um novo coronavírus com capacidade de infectar humanos, semelhante ao vírus SARS-CoV-2 causador da Covid-19, e seu forte potencial de disseminação ganharam repercussão midiática principalmente nos meios digitais.

Segundo a plataforma UOL, cientistas do Laboratório de Guangzhou (em conjunto com o Instituto de Virologia de Wuhan- WIV) constataram que o novo coronavírus (HKU5-CoV-2) contaminou tecidos pulmonares e intestinais cultivados artificialmente com células humanas. No entanto, eles também atestaram que o vírus ainda não foi detectado em humanos, e provém da mesma linhagem do merbecovirus causador da Mers (Síndrome Respiratória do Oriente Médio), que tem algumas características similares com a Covid-19, mas menos agressivo. Para esse vírus ainda não existe vacina.

A notícia veiculada numa sexta-feira, 21 de fevereiro, não atravessou o fim de semana e se perdeu em meio a eventos posteriores como o bate-boca de Zelensky, da Ucrânia, com o presidente Donald Trump na Casa Branca, e no caso de mídia nacional, a corrida do filme brasileiro ao Oscar e os preparativos para o Carnaval.

Mas, ressalva seja feita, um dia após o término dos festejos, uma matéria na plataforma digital do jornal Estado de São Paulo (5/3/2025) procurou tranquilizar os leitores afirmando que o novo vírus descoberto, o HKU5-CoV-2, “não está adaptado a seres humanos”. Pesquisadores brasileiros consultados classificaram a descoberta como “um trabalho de vigilância” e explicaram que o estudo em questão, apesar de mostrar “que há afinidade entre a proteína S do novo vírus de se conectar a células humanas”, não concluiu que isso significaria que o vírus tem capacidade de infectar o organismo humano.  

Em contrapartida, The Economic Times alerta que cientistas temem que experimentos arriscados com esse vírus, que incluem até “camundongos humanizados”, resultem em outro surto. Simon Clarke, especialista em microbiologia celular na Universidade de Reading, no Reino Unido, considerou a notícia inquietante, visto que a descoberta de outro coronavírus de morcego que consegue se introduzir em células humanas e animais, desbloqueando-as da mesma forma que a Covid-19, sugere um maior grau de transmissão. Também a relação genética do vírus com o coronavírus da MERS, conhecido por sua alta taxa de mortalidade, amplifica ainda mais as preocupações sobre potenciais implicações para a saúde.

No final de janeiro, o novo diretor da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), John Ratcliffe, divulgou relatório do órgão considerando muito provável que a pandemia da Covid-19 tenha se originado de vazamento em um laboratório na China, o WIV, que realizou pesquisas arriscadas com vírus turbinados. A descoberta do HKU5-CoV-2, no mesmo instituto da China, reacende os debates sobre a segurança laboratorial e as origens das pandemias, pondo em foco o papel da pesquisa virológica de alto risco na prevenção ou potencialmente na precipitação dessas infecções globais.

Pós pandemia

O novo vírus se junta à Covid-19 e dezenas de outros com potencialidade de infectar humanos e provocar pandemias descobertos por cientistas. Uma lista de 30 patógenos que já provocaram surtos, principalmente na Ásia e na África, foi divulgada em agosto de 2024 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e dentre eles estão a Mers, transmitida por dromedários infectados; a CCHF (febre hemorrágica da Crimeia-Congo), propagados por carrapatos; Ebola, oriunda de morcegos e com taxa de mortalidade de 90%; Febre de Lassa, transmitida por ratos; Niphan, cujo contágio se dá em contato com porcos doentes e carne contaminada; a SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave); e, o Zika, transmitido pela picada do mosquito.

Em recente reportagem (1/3/2025), o jornal britânico The Guardian  marcou os cinco anos pós pandemia com uma matéria de consulta a especialistas de áreas diversas sobre os efeitos e consequências da Covid-19. Alguns lembraram que catástrofes de qualquer tipo alimentam reflexões sobre a condição humana e a necessidade de repensar a relação entre o indivíduo e o coletivo. Foi assim com o terremoto de Lisboa em 1775, que abalou os alicerces filosóficos e a pandemia de gripe de 1918-19 que forçou as pessoas a ter uma maior relação com a natureza.

A professora universitária Laleh Khalili, especialista em transportes, contou que a pandemia fez com que mais de 400 mil marinheiros ficassem confinados nos navios por mais de 22 meses, “vagando pelos mares do mundo”, já encerrados os contratos. Lembrou que em terra os entregadores de alimentos e mantimentos, enfermeiros e motoristas de ônibus foram os mais afetados pela Covid-19.

Comercialmente, de acordo com Khalili, a pandemia ajudou a acelerar o ambiente hoje instituído de guerra tarifária entre os Estados Unidos de Trump contra a China e outros parceiros. As características comuns do capitalismo - que são a deslocalização da indústria, a terceirização de mão de obra e os custos exorbitantes do transporte - foram exacerbadas pela Covid-19, diz a professora, que admite uma nova era comercial entre os países.

Educação e saúde

Sociólogo e economista político, William Davies destaca que com a pandemia o ensino on-line tornou a educação mais pulverizada e mecânica. A sala de aula e o campus foram substituídos pelo quarto e esse afastamento social devido aos lockdowns (confinamentos) resultou em legados de saúde mental que não privilegiam a frequência presencial e a ambiguidade do espaço social.

Na área de saúde pública, a especialista Devi Sridhar destaca que mais de 230 mil pessoas perderam a vida no Reino Unido com a Covid-19 e é sempre uma preocupação pensar que algo parecido possa se repetir. Ela alerta que a gripe aviária (cepa H5N1) está se espalhando pelos Estados Unidos (também já tem registro na Argentina) infectando pássaros, aves (principalmente galinhas: 20 milhões mortas e 13,2 milhões abatidas) e rebanhos de gado (cerca de 900).

Em sua opinião, se a doença atingir os humanos e tiver uma alta taxa de letalidade, as pessoas agora naturalmente irão se isolar em suas casas, sem que os governos precisem pedir ou impor regras (em janeiro foi confirmada a primeira morte de uma pessoa pela gripe aviária e 68 humanos já foram infectados). Então é preciso se preparar, em termos de resiliência, para enfrentar possíveis doenças pandêmicas, investir em ciência e especialmente em programas de vacinação. A amnésia coletiva é a resposta errada à Covid-19, afirma a especialista.  E a Covid longa – reconhecida pela OMS desde outubro de 2021- está a nos lembrar da doença, com milhares de casos de pessoas que, passados cinco anos, ainda sofrem de fadiga, muitas vezes incapacitante, problemas renais, falta de ar, tosse persistente e dor no peito.

Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Escola Paulista de Medicina, em 2021, mostrou que 36% dos pacientes que tiveram sintomas graves de Covid-19 acabaram desenvolvendo lesão renal aguda (LRA).

Histórico

Em 31 de dezembro de 2019, a OMS foi notificada sobre casos de uma "pneumonia de origem desconhecida" na cidade chinesa de Wuhan. Era o primeiro alarme da existência da Covid-19. Em 30 de janeiro de 2020, a doença era declarada emergência internacional e em 11 de março a OMS a configura como pandemia. No Brasil, as primeiras mortes pelo vírus também ocorreram em março de 2020 e até 2023 o vírus já tinha matado 710 mil pessoas, número inferior apenas aos Estados Unidos com 1,2 milhão de óbitos.  

A OMS totaliza que a pandemia contaminou 777 milhões de pessoas e ocasionou 7 milhões de mortes, embora considere que o número real de mortes seja até três vezes superior ao estimado e ultrapasse os 20 milhões.

Em 2024 ainda foram registrados 70 mil mortes pela Covid-19 e três milhões de casos em todo o mundo. Matéria recente do G1 (27/2/2025) chama a atenção para o aumento de casos de Covid-19 no estado do Amazonas, entre 27 de janeiro e 24 de fevereiro deste ano.  Foram 97 casos, sendo cinco óbitos, um aumento de 177% em relação ao período anterior.

De acordo com a plataforma UOL (27.02.2025) somente neste início de ano o Brasil somou mais de 108 mil casos e 511 mortes por Covid-19. Segundo a secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde o vírus é a maior causa das síndromes respiratórias graves e representa 48% das notificações, principalmente em idosos, e 87% das mortes.

Em face desses números, o Ministério da Saúde divulgou que a imunização contra a Covid-19 agora faz parte do Calendário Nacional de Vacinação, priorizando pessoas a partir de 60 anos que receberão uma dose da vacina a cada seis meses. A mudança também irá favorecer gestantes e crianças de 6 meses a menores de 5 anos.

Vírus permanece

A especialista da OMS Maria Van Kerkhove, epidemiologista que lidera a resposta da agência à doença desde 2020, chama a atenção para o fato que a Covid-19 não desapareceu. "Ainda temos cerca de 4 mil mortes por mês, mas muitos países não informam os dados à OMS. Apesar de não estarmos na mesma situação de 2020, 2021 ou 2022, o vírus veio para ficar”, alerta.

A OMS trabalha há três anos para aprovar um tratado internacional sobre preparação contra futuras pandemias com o objetivo de operacionalizar os países para futuros agentes infecciosos com potencial pandêmico, sejam novos coronavírus ou qualquer outro agente ainda desconhecido, apelidado de "doença X". Entretanto, a assinatura do tratado sofre resistência dos países nas questões comerciais de distribuição de vacinas, tratamentos e testes de diagnóstico e quebras de patentes.

"As pessoas querem jogar a covid para o passado, fingir que nunca aconteceu porque foi traumático, mas isso impede que nos preparemos para o futuro", afirma Kerkhove.

Nesse início de 2025, já foi constatado um surto de Metapneumovírus humano (HMPV) na China, que tem causado infecções respiratórias, especialmente entre crianças e idosos. Da mesma família do Vírus Sincicial Respiratório (VSR) pode evoluir para uma forma grave, levando à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A ausência de vacinas ou antivirais específicos para esse vírus é um fator preocupante. Aqui no Brasil, no final do ano passado, uma criança morreu no Paraná depois de contrair o vírus, e em janeiro deste ano o estado do Amazonas registrou dez casos de Metapneumovírus.

Mpox

Ainda em fevereiro a OMS manteve o status da Mpox, do gênero Orthopoxvirus (antes conhecida como varíola-dos-macacos ou monkeypox), como emergência de saúde pública internacional. Desde agosto de 2024 até o início de 2025, vários casos foram registrados fora do continente africano. No Congo, neste período, o vírus provocou 147 mortes e mais de 15 mil casos confirmados.

Identificada em 1970, a doença ficou muitos anos restrita a uma dezena de países africanos, mas em 2022 começou a se espalhar para o resto do mundo. De acordo com a OMS, de janeiro de 2022 a dezembro de 2024, foram confirmados 124 mil casos e 272 mortes pela doença em 128 países. Os sintomas incluem, além das erupções cutâneas, febre alta, dor de cabeça e cansaço. Em janeiro, no norte da França, foi detectada a contaminação por uma variante mais agressiva da Mpox, identificada como Clado 1b, em uma pessoa que teve contato com outra que esteve na África. Na China, a contaminação se deu em um viajante que regressou do Congo e no Brasil, no início de março foi confirmada em uma mulher internada em São Paulo.

Segundo a Agência Fiocruz de Notícias, em seu informe divulgado em 21de fevereiro, o Brasil é um dos países mais afetados pelo Mpox, contabilizando mais de 13 mil casos desde 2022, sendo cerca de 2 mil em 2024 e aproximadamente cem nesse início de 2025. Dezesseis mortes foram confirmadas no país. Atualmente existem duas vacinas contra o Mpox, uma proveniente de laboratório da Dinamarca e a segunda fabricada nos Estados Unidos.

O vírus Dengue (DENV) também tem feito estragos no Brasil e desde fevereiro do ano passado a vacina é encontrada nos postos públicos de saúde.  Do gênero Orthoflavivirus, com quatro sorotipos conhecidos, o vetor é a fêmea do mosquito Aedes aegypti (significa ‘odioso do Egito’).

Em 2024 foram mais de 6,6 milhões de casos prováveis de Dengue e mais de 6 mil óbitos. Nesse início de ano já foram registrados 52 mortes e outras 256 estão em investigação. O médico epidemiologista Alexandre Naime, da Sociedade Brasileira de Infectologia, acredita que pelo histórico de 2024, que totalizou mais casos de dengue do que os últimos oito anos somados, 2025 promete quebrar todos os recordes do ano passado.

Em relação à Chikungunya e ao Zika Vírus, doenças também transmitidas pelo Aedes aegypti, ainda não existem vacinas. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2024 a Chikungunya afetou 261 mil pessoas e matou 196, com 177 mortes em investigação.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Comunidade judaica no Quênia completa 121 anos

 / Sheila Sacks /


Cerca de  500 judeus vivem atualmente no país africano de acordo com o jovem rabino Netanel Kaszovitz, líder religioso da sinagoga Nairobi Hebrew Congregation. Nascido em Chicago, Kaszovitz, de 32 anos, e sua família residem na capital Nairobi há quase quatro anos.

Segundo o site do Congresso Mundial Judaico (WJC, na sigla em inglês), que tem afiliadas em mais de 100 países, a vida judaica no Quênia se estabeleceu em 1904, com a fundação da Congregação Hebraica de Nairóbi e a instalação da primeira sinagoga construída em 1913.

História

Em 1903, durante o Sexto Congresso Sionista, uma parte do Quênia (então colônia britânica) foi cogitada para ser oferecida aos judeus como pátria. A proposta partiu do político inglês Joseph Chamberlain, secretário de estado para as colônias britânicas, mas foi rejeitada dois anos depois pelos participantes do Sétimo Congresso. Na época, duas dezenas de famílias de origem judaica imigraram e se instalaram no país. Um cemitério judaico foi construído em 1907. Finda a Segunda Guerra e a catástrofe do Holocausto, novos grupos de judeus se estabeleceram em Nairobi, com a comunidade aumentando para 1.200 pessoas.

Durante a guerra de independência de Israel, em 1947, os britânicos montaram campos de detenção em Gilgil (nordeste de Nairóbi) para membros das organizações clandestinas judaicas Irgun Zvai Leumi (IZL; Irgun) e Lehi, deportados da Palestina. A comunidade judaica do Quênia prestou ajuda e apoio aos combatentes e, em 1948, com a independência de Israel, muitos judeus partiram para o novo país.

  Atualmente, a comunidade judaica do Quênia é formada por judeus nativos, inclusive convertidos, e de países diversos como Rússia, Polônia, Alemanha, África do Sul, Reino Unido, Canadá e, principalmente, Israel. Com a independência do Quênia, em 1963, foi aberta uma embaixada israelense em Nairobi e houve um incremento na comunidade com a chegada de dezenas de israelenses, diplomatas, profissionais de várias áreas e homens de negócios.

Vale mencionar que a 180 quilômetros de Nairobi, na zona rural, existe há mais de 20 anos uma comunidade singular composta de dezenas de famílias convertidas ao judaísmo sob o nome de Kehillat Israel Kasuku. O grupo, por vontade própria, em 2000, se separou da igreja messiânica e muitos foram formalmente convertidos pelo rabino Gershom Sizomu, de 54 anos, da comunidade vizinha de Abayudaya, em Uganda, que abriga 2 mil membros. Ele é o primeiro rabino negro nativo da África e o primeiro membro judeu do Parlamento de seu país, eleito em 2016. Ambas as comunidades seguem rigidamente os preceitos e rituais judaicos.

Personalidades

De uma família de empresários que se estabeleceu no Quênia no início do século 20, Israel Somen (1903-1984) foi eleito prefeito de Nairobi em 1955 e mais tarde cônsul honorário de Israel no país. Ele viveu no Quênia até o final da década de 1960, quando se mudou para a Suíça e depois Londres. Mas, vários parentes permaneceram no Quênia.

Em uma entrevista à revista on-line Tablet Magazine, de cultura judaica, o médico nascido nos Estados Unidos e que reside há mais de 40 anos em Nairobi, dr. David Silverstein, de 82 anos, contou que o falecido presidente do Quênia, Daniel arap Moi (1924-2020) visitou várias vezes o estado de Israel e foi o único líder internacional a estar presente na cerimônia de 30 dias da morte do primeiro-ministro Yitzhak Rabin, de quem era amigo.

Cardiologista renomado, atendendo autoridades, políticos, o próprio presidente Moi e seu antecessor, Jomo Kenyatta, primeiro presidente do país,  dr. Silverstein preside a Congregação Hebraica de Nairobi. Além do amplo prédio da sinagoga e um local para banhos rituais (mikvê), a comunidade também tem uma construção adjacente ao arborizado terreno, o Vermont Memorial Hall, que funciona como sede social para eventos diversos.

Merece menção também a presença do grupo ortodoxo Chabad-Lubavitch, instalado no Quênia há quase dez anos, com sede própria em Nairobi, sinagoga e atendimento religioso e educacional  à comunidade. Em uma reportagem publicada em seu site, é informado que o Chabad mantém postos em 17 países africanos, como o Congo, Nigéria, Angola, África do Sul, entre outros.

Acerca da histórica Operação Entebbe, em Uganda (1976), quando as Forças de Defesa de Israel resgataram os reféns do avião da Air France sequestrado por terroristas da Frente Popular pela Libertação da Palestina (PFLP, na sigla em inglês), a matéria em questão lembra o importante papel do Quênia no episódio. Na época, os aviões de Israel não tinham autonomia de voo de ida e volta para Uganda sem uma parada para reabastecimento. O governo israelense teve o aceite do presidente Jomo Kenyatta para o pouso, o que inclusive resultou em represália do ditador de Uganda, Idi Amim, que deu ordem para assassinar o ministro de Agricultura queniano, Bruce Mackenzie, suspeito de auxiliar agentes do Mossad no resgate.  

Quatro anos depois, no rastro do apoio da comunidade judaica do Quênia ao sucesso da operação de resgate em Uganda, um atentado terrorista palestino ao Hotel Norfolk, o mais tradicional de Nairobi, de propriedade da família de Abraham Block, explodiu parcialmente o prédio, matando 20 pessoas, a maioria turistas, e ferindo 87.

Em recente reportagem, o Jerusalem Post divulgou a viagem de um rabino e mohel israelense, Hayim Leiter, à Congregação Hebraica de Nairobi para fazer uma circuncisão ritual (brit milah) em um recém-nascido (24.02.2025). Leiter contou sobre a sua satisfação em perceber que os quenianos têm grande simpatia por Israel e que a comunidade judaica local é muito acolhedora e participativa. Porém, face ao provável término da missão do atual rabino Kaszovitz, ele destacou que é sempre um grande desafio comunidades pequenas sobreviverem em suas jornadas judaicas sem uma liderança eficaz. − O rabino e a sua família construíram um oásis no deserto africano – elogiou − e temo que os judeus do Quénia possam perder o seu caminho sem ninguém no comando.