Sheila Sacks /
Contam-se aos milhares os
livros em que a Maçonaria aparece como tema central. Seja em ficção ou com o
rótulo de histórico.
Em 2014, um deles
tornou-se best-seller na Itália, face as suas revelações explosivas. Apesar do boicote da mídia, a obra
atravessou fronteiras, ganhou uma versão em inglês, em 2016, e no ano seguinte
foi traduzido para o espanhol (‘Masones. Todos sus secretos al descubierto’).
O autor, Gioele Magaldi, é contundente:diante de páginas tão desconcertantes e embaraçosas, a tática usada pelos citados é a conspiração do silêncio. Historiador, filósofo,
escritor e também mestre maçom, da corrente progressista, Magaldi fundou o movimento maçônico “Grande
Oriente Democratico” e preside a organização política “Movimento Roosevelt”.
Ele conta que lhe foi oferecido dinheiro e cargos para que não publicasse o livro. Também sofreu ameaças, mas diante de um mundo mais brutal e sanguinário, ele achou necessário divulgar a sua pesquisa. Para ele, a única ideologia ainda não totalmente implantada no planeta é justamente a democracia.
Ele conta que lhe foi oferecido dinheiro e cargos para que não publicasse o livro. Também sofreu ameaças, mas diante de um mundo mais brutal e sanguinário, ele achou necessário divulgar a sua pesquisa. Para ele, a única ideologia ainda não totalmente implantada no planeta é justamente a democracia.
As “ur-lodges” transnacionais
O livro, de 656 páginas, intitulado
“Massoni Societá a Respondabilitá Limitata - La Scoperta delle Ur-Lodges” expõe
a existência de um nível superior de elite internacional maçônica, abrigada em
36 superlojas - as ‘ur-lodges’ -
secretas e transnacionais, divididas
radicalmente em conservadoras (leia-se reacionárias e antidemocráticas) e
progressistas, que reúnem maçons e líderes não iniciados, dos mais altos
escalões da política mundial, das finanças, da mídia, das forças armadas, serviços secretos, juízes, intelectuais, artistas e lideranças eclesiásticas.
Essas centenas de
personalidades conhecidas mundialmente, dos mais variados matizes políticos e
até fundamentalistas - se encontram nesses santuários secretos que Magaldi
também nomina, um a um, e atuam independentemente de seus próprios países em
qualquer tomada de decisão relacionada a questões globais. As superlojas ditam as suas condições às estruturas subjacentes como a União Europeia, o FMI, o Banco Mundial, a Organização Mundial do Comércio, o Clube Bilderberg etc.
São esses núcleos que influenciam
fortemente os principais acontecimentos geopolíticos e a ordem financeira
mundial, aí compreendendo as crises econômicas, as guerras, as revoluções
políticas e até os ataques terroristas. Magaldi afirma que as “ur-lodges” são as
verdadeiras protagonistas da história do século 20 e deste amanhecer do século
21.
Políticas públicas e programas econômicos regionais são influenciados e monitorados por essa rede transnacional de poder
Políticas públicas e programas econômicos regionais são influenciados e monitorados por essa rede transnacional de poder
Pacto pela globalização
A primeira superloja, a “Thomas Paine”,
foi instalada em Londres, em 1849, e segundo Magaldi, muitas foram criadas a
partir do término da segunda Grande Guerra.
Em 1981, e por 20 ano, as
“ur-lodges” promoveram uma paz interna de onde surgiu a globalização.
Esse elo foi rompido a partir do atentado de 11 de setembro de 2001. Desde
então, adverte Magaldi, se trava uma guerra subterrânea que mexe com o destino
do Ocidente. Uma das superlojas, assinalada pelo autor como “a loja da vingança
e do sangue” é a “Hathor Pentalpha”, da qual fazia parte Bin Laden.
O autor critica a mídia que em geral confunde
as causas com os efeitos ou se concentra em causas secundárias, mirando grupos e
conglomerados econômicos, dissimulando um cenário que não é o real. Daí a publicação do livro, centrado nas
superlojas e na dinâmica de suas articulações e ações por trás do renascimento
da Europa, depois da 2ª Grande Guerra, chegando aos escabrosos e significativos
eventos de nossos dias.
Acesso aos arquivos
Durante quatro anos Magaldi pesquisou e
analisou 6 mil documentos e arquivos originários dessas ”ur-lodges” aos quais teve
acesso, em países diversos, com o apoio de quatro eminentes protagonistas
do establishment massônico mundial que permanecem ocultos no
livro. Para garantia pessoal, cópias desse material compilado e
fotografado pelo autor foram colocadas sob a custódia de advogados em Londres,
Paris e Nova York.
No livro, Magaldi aborda o “back office” das superlojas
nos diferentes eventos mundiais dos últimos trinta anos do século 20, como a
liquidação da União Soviética, a integração política e econômica da Europa, a
reunificação da Alemanha, a ascenção de Margareth Thatcher no Reino Unido e o
fim da Operação Condor com a democratização da Argentina.
No que toca ao conflito de Israel com os palestinos, ele
adianta que a solução se dará a medida que expoentes moderados dos grupos
Al-Fatah e da OLP se integrem aos
círculos massônicos internacionais.
Na lista dos líderes mundiais vivos
integrantes das superlojas estão Barack Obama, Vladimir Putin, Angela
Merkel, Silvio Berlusconi, Christine Lagarde, George W. Bush, Tony Blair,
Abu Bakr Al- Baghdadi ( líder do Estado Islâmico e membro da ur-lodge ‘Hathor
Pentalpha’), Nicolas Sarkozy, Recep Tayyip Erdoğan e Bill Gates, entre tantos outros citados na obra.
Em relação aos que já morreram,
estão listados John Kennedy, Martin Luther King, papa João 23, Nelson Mandela,
Osama bin Laden, Antônio Salazar, Franklin Roosevelt, Deng Xiaoping, George Bush
(fundador da superloja ‘Hathor Pentalpha’),Salvador Allende, Josef Stalin, Isaac Rabin, Golda
Meir, Vladimir Lenin, Augusto Pinochet, Tancredo Neves, Raúl Alfosín, Hugo Chávez, Gianni Agnelli, Margareth Thatcher, Zygmunt Bauman, Moshe Dayan, John Keynes e
Mahatma Gandhi, entre muitos outros.
Figuras históricas também são lembradas
como Simon Bolívar, José de San Martín, José Martí e Guiseppe Garibaldi, maçons
que mudaram a trajetória dos países da América Latina.
O “Papa bom”
Em relação ao papa João 23 ( nascido na
província de Bérgamo, no norte da Itália), Magaldi conta que como
arcebispo em Istambul, Angelo Giuseppe Roncalli teve sua primeira iniciação
maçônica na “ur-lodge Ghedullah”, em 1940, comprometida com o estudo da Cabalá.
Em 1949, em Paris, recebeu sua segunda
iniciação na “ur-lodge” progressista “Montesquieu”. Em 1950, foi iniciado
oficialmente como irmão na Ordem Rosacruz.
As informações detalhadas sobre
todos essas afirmações se baseam em uma ampla documentação arquivada na
superloja “Ghedullah”.
De acordo com Magaldi, a eleição de
Roncalli como papa, em 28 de outubro de 1958, foi comemorada pelos maçons,
individualmente, e pelas superlojas.
Encontro
final
Em sua resenha sobre o livro de
Magaldi, o vice-presidente do Movimento Roosevelt, Marco Moiso, destaca que o
último capítulo da obra registra o encontro de quatro cardeais maçônicos, que
não têm seus nomes revelados.
Entre os vários temas, os quatro
conversam sobre o pacto que uniu as superlojas pela globalização. E o
representante americano da maçonaria neo-aristocrática, testemunha, sem papas
na língua, as táticas adotadas ao longo do tempo para impor padrões de
uniformização global nas políticas econômicas dos países.
Diz ele,
textualmente: “Para fazer as pessoas aceitarem essas reformas idiotas e
impopulares, você deve assustá-las como faria com as crianças”. Uma afirmação despida de qualquer
disfarce moral e que faz sentido diante da “network” (rede) draconiana de
programas governamentais econômicos impostos às populações globalizadas que
restringem ganhos sociais, independente dos países que os adotam.
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O business do pó
“Não existe
mercado no mundo mais rentável que o de cocaína”, escreve o jornalista italiano
Roberto Saviano, autor do best-seller “Gomorra” (2006). “A cocaína é um bem
anticíclico”, explica, “não teme nem a escassez de recursos nem a inflação dos
mercados”. Mais adiante, nas páginas do livro “Zero zero zero” , publicado em
2013, faz um registro cruel: “Há muitíssimos cantos do mundo que vivem sem
hospitais, sem web, sem água corrente. Mas, não sem pó.”
A
observação se aplica à ação da polícia federal (operação Flak), desencadeada em
fevereiro, contra uma organização criminosa instalada no estado de Tocantins
que transportou, entre 2017 e 2018, nove toneladas de cocaína em 23 voos em
aeronaves adulteradas.
Dos 27
estados da federação, Tocantins – que foi desmembrado do estado de Goiás, em
1988 - ocupa a quarta pior posição em matéria de abastecimento de
água, saneamento básico e atendimento de saúde. A média salarial per capita é
de 937 reais, inferior a um salário mínimo.
No livro
“Cocaína, a rota caipira” (2017), o jornalista Allan de Abreu ratifica Saviano
quando este afirma que “a droga se vende mais facilmente que o ouro e seus
ganhos superam os do petróleo”.
Abreu
revela, em seu livro de 824 páginas: “A pasta base sai do interior da Bolívia
ao preço de U$ 800, por quilo. Na fronteira passa a custar U$ 2 mil. Em São
Paulo, o preço fica entre U$ 8 e U$12 mil, e quando chega a Europa o preço sobe
para U$ 50 mil.”
Ainda de
acordo com Saviano, metade das 80 a 110 toneladas da droga que transitam pelo
Brasil fica por aqui mesmo, para o consumo de 2,8 milhões de brasileiros. O
país é o segundo maior consumidor de cocaína do mundo, ficando abaixo apenas
dos Estados Unidos, com 4 milhões de consumidores.
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Extraterrestres
Para o astrobiólogo britânico Charles
Cockell, professor da Universidade de
Edimburgo, na Escócia, e diretor do Centro de Astrobiologia do Reino Unido, se
a vida extraterrestre exisitir ela pode parecer “estranhamente”similar à da
terra porque a física restringe a forma.
Para
ele, as leis físicas são as mesmas em todos os lugares. A gravidade, por
exemplo, é onipresente, não exclusiva do nosso sistema solar. Portanto, as
mesmas restrições estão em todo lugar. Moléculas orgânicas, na Terra ou em
outro ambiente, ainda se desintegram em altas temperaturas e se desativam nas
baixas.
Também
certos ingredientes são indispensáveis para a vida em quase todo lugar. O
carbono é o elemento ideal para montar a vida florescente e a água é o melhor
solvente para transportá-lo.
Em
seu livro “As equações da Vida” (tradução livre), Cockell sugere uma biologia
universal. Ele afirma que as leis da física canalizam a vida para formas
restritas e delimitam o escopo da evolução. Assim, a maior parte dos seres
vivos, segundo a sua teoria, é talhada por regras que podem ser “chocantemente”
estreitas.
Nosso
próprio planeta é um exemplo. No oceano, criaturas com corpos finos e
adaptáveis predominam no sentido de se moverem rápido pela água. Na terra, a
maioria dos animais tem membros ou apèndices para se movimentar, e no céu os
pássaros são governados pelas leis de aerodinâmica.
Cockell
observa que os alienígenas talvez não tenham braços e pernas, mas sim tentáculos
para agarrar objetos. E que, provavelmente, na cabeça eles podem ter olhos,
ouvidos e uma boca, mas não da maneira que conhecemos. “Uma boca não precisa
estar precisamente abaixo dos olhos”, assinala.
Dessa
forma, adaptações alienígenas semelhantes à vida terrestre – de humanoides a
beija-flores – podem ter surgido em bilhões de mundos.
(Do
artigo de Bill Retherford para a revista Forbes)