Sheila Sacks
Um grupo
de representantes da organização judaica americana “Anti-Defamation League”
(ADL) esteve com o Papa no Vaticano, em 9 de fevereiro, para reafirmar o seu
apoio aos esforços do sumo pontífice em condenar o antissemitismo que cresce na
Europa.
No
encontro, o papa Francisco expressou a sua gratidão pelo diálogo e as relações estreitas
que a instituição mantém com Roma, e disse que a Igreja Católica sente-se
particularmente obrigada a lutar contra as tendências antissemitas que são
completamente contrárias aos princípios cristãos e a toda visão digna da pessoa
humana. O papa também elogiou a ADL no seu trabalho de combater o ódio
investindo em educação e promovendo o respeito a todos, principalmente aos mais
fracos e necessitados.
O site
católico “Zenit” reportou a
visita, em 11 de fevereiro, sob o título “Papa Francisco condena antissemitismo e apela a não-violência – Judeus e
católicos juntos contra o ódio”. No site da ADL, o encontro foi
divulgado no mesmo dia da visita, em 9 de fevereiro: “ADL
Leaders and Pope Francis Join to Reaffirm Jewish-Catholic Relations and
Denounce Anti-Semitism”.
Catálogo
de móveis gera polêmica em Israel
A rede
sueca de móveis e utensílios domésticos IKEA reclamou do seu franqueado em
Israel pela capa do catálogo de propaganda veiculado no país que exibe uma
suposta família apenas integrada por pessoas do sexo masculino. Na
imagem, um homem de quipá, trajando calça preta, camisa branca e talit, folheia
um livro, perto de uma estante, enquanto duas crianças brincam no chão da sala.
A ausência de presença feminina na foto não agradou a multinacional que através
de seu porta-voz garantiu que tal fato não vai se repetir e que o polêmico
catálogo deve ser retirado de circulação.
Com móveis
muito apreciados pela comunidade ortodoxa de Israel, a franquia está presente
em Israel há 16 anos. Reportagem do jornal espanhol “El Pais”, em 16.02.2017, - “Mulheres e
meninas desaparecem de catálogo da IKEA em Israel” - relata o imbróglio que irritou a matriz, causando constrangimento à
marca e virando piada nas redes sociais.
Sob
pressão da marca sueca, o diretor-geral da rede em Israel, em comunicado público,
pediu desculpas pela ausência de mulheres na foto e prometeu que “as futuras
publicações refletirão a posição da IKEA ao mesmo tempo em que demonstrarão
respeito pela comunidade haredi (ultraortodoxa)”.
Encontrada caverna que pode ter abrigado pergaminhos do Mar Morto
Arqueólogos
da Universidade Hebraica descobriram uma caverna milenar, do período do Segundo
Templo, a oeste de Qumram, perto da costa noroeste do Mar Morto, que
possivelmente serviu de esconderijo para os pergaminhos conhecidos como os
Rolos do Mar Morto.
A
revelação acontece mais de 60 anos depois das escavações que resultaram na
descoberta de 11 cavernas com pergaminhos armazenados em frascos ou jarros.
Semelhante a caverna 8, onde não foram encontrados pergaminhos, a caverna
recém-descoberta (de número 12) apresenta jarros quebrados, fragmentos de
envelopes, pedaços de corda e outros itens que demonstram que o local foi
saqueado (provavelmente na década de 1950) e seu conteúdo roubado.
Para os
especialistas israelenses que participaram da escavação, a descoberta desta 12ª
caverna muda a certeza da localização original dos manuscritos bíblicos
encontrados, restrita às cavernas 1 a 11, de acordo com as informações passadas
pelos beduínos. Israel Hasson, autoridade em antiguidades, diz que o estado de
Israel precisa se mobilizar e alocar recursos para essas operações de resgate histórico
nas cavernas do deserto da Judeia. “Estamos em uma corrida contra o tempo,
enquanto ladrões de antiguidades roubam heranças patrimoniais em todo o mundo
para obter ganhos financeiros.”
Fonte: Site da Universidade Hebraica de Jerusalém
Artigo:
“Hebrew University Archaeologists Find 12th Dead Sea Scrolls Cave”, publicado
em 08.02.2017.
Chilenos pouco sabem sobre judeus e a Shoá
O
presidente da comunidade judaica do Chile (CJCH), Shai Agosín, contou que
através de uma consulta realizada em 2016, ficou constatado que poucos chilenos
conhecem o judaísmo ou sabem alguma coisa sobre os judeus. Isso porque o Holocausto
(Shoá), por exemplo, não é um tema que faz parte dos programas educativos das
escolas locais.
Com uma
comunidade em torno de 15 mil pessoas, os judeus chilenos dispõem de três
colégios judaicos, atendendo 1.400 crianças e jovens, diferentes sinagogas e clubes,
totalizando 50 instituições. Em contraposição, é no Chile que se concentra a
maior comunidade palestina fora do mundo árabe. São 450 a 500 mil palestinos e
seus descendentes que começaram a chegar ao país no início do século passado.
Considerando
a influência e a participação ativa dessa comunidade na vida chilena, é bem grande a repercussão dos conflitos que ocorrem no Oriente Médio
relacionados com Israel. Segundo Agosín, os fatos envolvendo palestinos e
israelenses acabam gerando variadas ondas de antissemitismo classificadas pela
mídia de antissionismo. E cita um fato recente: o tweet do primeiro-ministro
Benjamin Netanyahu aplaudindo o presidente Trump pelo muro que pretende
construir na fronteira com o México para barrar a entrada de imigrantes
ilegais.
A
declaração, que ganhou a mídia mundial - no Brasil, o fato foi noticiado pelo
jornal “Extra” da organização “O Globo” (“México censura Israel por tweet de
Netanyahu”, em 29.01.2017)- não só irritou o governo do México que emitiu uma
nota de protesto, mas também foi rejeitada pela comunidade judaica daquele país.
“Coisas desse tipo são como destampassem um pote que permite sair o pior do
antissemitismo”, afirma o representante judaico.
Um ano difícil para os judeus?
Na avaliação de Agosín, 2017 será um ano muito complexo para as
comunidades judaicas. Utilizando-se da numerologia, ele considera os
acontecimentos que se sucederam tendo o número 7 nas datas são bastante
impactantes: 1897, Primeiro Congresso Sionista; 1917, Declaração Balfour; 1947, o plano de dois estados; 1967, a Guerra dos
Seis Dias; 1987, a primeira Intifada.