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quarta-feira, 20 de março de 2019

As “ur-lodges” transnacionais, o business do pó e os extraterrestres


Sheila Sacks / 


Contam-se aos milhares os livros em que a Maçonaria aparece como tema central. Seja em ficção ou com o rótulo de histórico. 

Em 2014,  um deles tornou-se best-seller na Itália, face as suas revelações explosivas. Apesar do boicote da mídia, a obra atravessou fronteiras, ganhou uma versão em inglês, em 2016, e no ano seguinte foi traduzido para o espanhol (‘Masones. Todos sus secretos al descubierto’).

 O autor, Gioele Magaldi, é contundente:diante de páginas tão desconcertantes e embaraçosas, a tática usada pelos citados é a conspiração do silêncio. Historiador, filósofo, escritor e também mestre maçom, da corrente progressista, Magaldi fundou o movimento maçônico “Grande Oriente Democratico” e preside a organização política “Movimento Roosevelt”. 

Ele conta que lhe foi oferecido dinheiro e cargos para que não publicasse o livro. Também sofreu ameaças, mas diante de um mundo mais brutal e sanguinário, ele achou necessário divulgar a sua pesquisa. Para ele, a única ideologia ainda não totalmente implantada no planeta é justamente a democracia.

As “ur-lodges” transnacionais

O livro, de 656 páginas, intitulado “Massoni Societá a Respondabilitá Limitata - La Scoperta delle Ur-Lodges” expõe a existência de um nível superior de elite internacional maçônica, abrigada em 36 superlojas  - as ‘ur-lodges’ - secretas e transnacionais,  divididas radicalmente em conservadoras (leia-se reacionárias e antidemocráticas) e progressistas, que reúnem maçons e líderes não iniciados, dos mais altos escalões da política mundial, das finanças, da mídia, das forças armadas, serviços secretos, juízes, intelectuais, artistas e lideranças eclesiásticas.

Essas centenas de personalidades conhecidas mundialmente, dos mais variados matizes políticos e até fundamentalistas - se encontram nesses santuários secretos que Magaldi também nomina, um a um, e atuam independentemente de seus próprios países em qualquer tomada de decisão relacionada a questões globais. As superlojas ditam as suas condições às estruturas subjacentes como a União Europeia, o FMI, o Banco Mundial, a Organização Mundial do Comércio, o Clube Bilderberg etc. 

São esses núcleos que influenciam fortemente os principais acontecimentos geopolíticos e a ordem financeira mundial, aí compreendendo as crises econômicas, as guerras, as revoluções políticas e até os ataques terroristas. Magaldi afirma que as “ur-lodges” são as verdadeiras protagonistas da história do século 20 e deste amanhecer do século 21.

Políticas públicas e programas econômicos regionais são influenciados e monitorados por essa rede transnacional de poder

Pacto pela globalização


A primeira superloja, a “Thomas Paine”, foi instalada em Londres, em 1849, e segundo Magaldi, muitas foram criadas a partir do término da segunda Grande Guerra.

Em 1981, e por 20 ano, as “ur-lodges”  promoveram uma paz interna de onde surgiu a globalização. Esse elo foi rompido a partir do atentado de 11 de setembro de 2001. Desde então, adverte Magaldi, se trava uma guerra subterrânea que mexe com o destino do Ocidente. Uma das superlojas, assinalada pelo autor como “a loja da vingança e do sangue”  é a “Hathor Pentalpha”, da qual fazia parte Bin Laden.

O autor critica a mídia que em geral confunde as causas com os efeitos ou se concentra em causas secundárias, mirando grupos e conglomerados econômicos, dissimulando um cenário que não é o real. Daí a publicação do livro, centrado nas superlojas e na dinâmica de suas articulações e ações por trás do renascimento da Europa, depois da 2ª Grande Guerra, chegando aos escabrosos e significativos eventos de nossos dias.

Acesso aos arquivos

Durante quatro anos Magaldi pesquisou e analisou 6 mil documentos e arquivos originários dessas ”ur-lodges” aos quais teve acesso, em países diversos, com o apoio de quatro eminentes protagonistas do establishment massônico mundial que permanecem ocultos no livro.  Para garantia pessoal, cópias desse material compilado e fotografado pelo autor foram colocadas sob a custódia de advogados em Londres, Paris e Nova York.


No livro, Magaldi aborda o “back office” das superlojas nos diferentes eventos mundiais dos últimos trinta anos do século 20, como a liquidação da União Soviética, a integração política e econômica da Europa, a reunificação da Alemanha, a ascenção de Margareth Thatcher no Reino Unido e o fim da Operação Condor com a democratização da Argentina.

No que toca ao conflito de Israel com os palestinos, ele adianta que a solução se dará a medida que expoentes moderados dos grupos Al-Fatah e da OLP  se integrem aos círculos massônicos internacionais.

Na lista dos líderes mundiais vivos integrantes das superlojas estão  Barack Obama, Vladimir Putin, Angela Merkel, Silvio Berlusconi, Christine Lagarde, George  W. Bush, Tony Blair, Abu Bakr Al- Baghdadi ( líder do Estado Islâmico e membro da ur-lodge ‘Hathor Pentalpha’), Nicolas Sarkozy, Recep  Tayyip  Erdoğan e Bill Gates,  entre tantos outros citados na obra.

 Em relação aos que já morreram, estão listados John Kennedy, Martin Luther King, papa João 23, Nelson Mandela, Osama bin Laden,  Antônio Salazar, Franklin Roosevelt, Deng Xiaoping, George Bush (fundador da superloja ‘Hathor Pentalpha’),Salvador Allende, Josef Stalin, Isaac Rabin, Golda Meir, Vladimir Lenin, Augusto Pinochet, Tancredo Neves, Raúl Alfosín, Hugo Chávez, Gianni Agnelli, Margareth Thatcher, Zygmunt Bauman, Moshe Dayan, John Keynes e Mahatma Gandhi, entre muitos outros.

Figuras históricas também são lembradas como Simon Bolívar, José de San Martín, José Martí e Guiseppe Garibaldi, maçons que mudaram a trajetória dos países da América Latina.

O “Papa bom”

Em relação ao papa João 23 ( nascido na província de Bérgamo, no norte da Itália), Magaldi  conta que como arcebispo em Istambul, Angelo Giuseppe Roncalli teve sua primeira iniciação maçônica na “ur-lodge Ghedullah”, em 1940, comprometida com o estudo da Cabalá.

Em 1949, em Paris, recebeu sua segunda iniciação na “ur-lodge” progressista “Montesquieu”. Em 1950, foi iniciado oficialmente como irmão na Ordem Rosacruz. 

As informações detalhadas sobre todos essas afirmações se baseam em uma ampla documentação arquivada na superloja “Ghedullah”.
De acordo com Magaldi, a eleição de Roncalli como papa, em 28 de outubro de 1958, foi comemorada pelos maçons, individualmente, e pelas superlojas.

Encontro final

Em sua resenha sobre o livro de Magaldi, o vice-presidente do Movimento Roosevelt, Marco Moiso, destaca que o último capítulo da obra registra o encontro de quatro cardeais maçônicos, que não têm seus nomes revelados. 


Eles estão à vontade para falar das experiências vividas e expor o papel catalisador dessas superlojas no cenário mundial.
 São maçons de idade avançada, muitos ricos, aristocratas, fundadores de várias “ur-lodges”, especifica Moiso. Um com raízes americanas e britânicas, o segundo um franco-alemão, o terceiro um árabe-islâmico e o último do Extremo Oriente.

Entre os vários temas, os quatro conversam sobre o pacto que uniu as superlojas pela globalização. E o representante americano da maçonaria neo-aristocrática, testemunha, sem papas na língua, as táticas adotadas ao longo do tempo para impor padrões de uniformização global nas políticas econômicas dos países. 

Diz ele, textualmente: “Para fazer as pessoas aceitarem essas reformas idiotas e impopulares, você deve assustá-las como faria com as crianças”. Uma afirmação despida de qualquer disfarce moral e que faz sentido diante da “network” (rede) draconiana de programas governamentais econômicos impostos às populações globalizadas que restringem ganhos sociais, independente dos países que os adotam.

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O business do pó 


Não existe mercado no mundo mais rentável que o de cocaína”, escreve o jornalista italiano Roberto Saviano, autor do best-seller “Gomorra” (2006). “A cocaína é um bem anticíclico”, explica, “não teme nem a escassez de recursos nem a inflação dos mercados”. Mais adiante, nas páginas do livro “Zero zero zero” , publicado em 2013, faz um registro cruel: “Há muitíssimos cantos do mundo que vivem sem hospitais, sem web, sem água corrente. Mas, não sem pó.”

 A observação se aplica à ação da polícia federal (operação Flak), desencadeada em fevereiro, contra uma organização criminosa instalada no estado de Tocantins que transportou, entre 2017 e 2018, nove toneladas de cocaína em 23 voos em aeronaves adulteradas.

 Dos 27 estados da federação, Tocantins – que foi desmembrado do estado de Goiás, em 1988 -  ocupa a quarta pior posição em matéria de abastecimento de água, saneamento básico e atendimento de saúde. A média salarial per capita é de 937 reais, inferior a um salário mínimo.

 No livro “Cocaína, a rota caipira” (2017), o jornalista Allan de Abreu ratifica Saviano quando este afirma que “a droga se vende mais facilmente que o ouro e seus ganhos superam os do petróleo”.

 Abreu revela, em seu livro de 824 páginas: “A pasta base sai do interior da Bolívia ao preço de U$ 800, por quilo. Na fronteira passa a custar U$ 2 mil. Em São Paulo, o preço fica entre U$ 8 e U$12 mil, e quando chega a Europa o preço sobe para U$ 50 mil.”

 Ainda de acordo com Saviano, metade das 80 a 110 toneladas da droga que transitam pelo Brasil fica por aqui mesmo, para o consumo de 2,8 milhões de brasileiros. O país é o segundo maior consumidor de cocaína do mundo, ficando abaixo apenas dos Estados Unidos, com 4 milhões de consumidores.

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Extraterrestres 


Para o astrobiólogo britânico Charles Cockell, professor  da Universidade de Edimburgo, na Escócia, e diretor do Centro de Astrobiologia do Reino Unido, se a vida extraterrestre exisitir ela pode parecer “estranhamente”similar à da terra porque a física restringe a forma.

Para ele, as leis físicas são as mesmas em todos os lugares. A gravidade, por exemplo, é onipresente, não exclusiva do nosso sistema solar. Portanto, as mesmas restrições estão em todo lugar. Moléculas orgânicas, na Terra ou em outro ambiente, ainda se desintegram em altas temperaturas e se desativam nas baixas.

Também certos ingredientes são indispensáveis para a vida em quase todo lugar. O carbono é o elemento ideal para montar a vida florescente e a água é o melhor solvente para transportá-lo.

Em seu livro “As equações da Vida” (tradução livre), Cockell sugere uma biologia universal. Ele afirma que as leis da física canalizam a vida para formas restritas e delimitam o escopo da evolução. Assim, a maior parte dos seres vivos, segundo a sua teoria, é talhada por regras que podem ser “chocantemente” estreitas. 

Nosso próprio planeta é um exemplo. No oceano, criaturas com corpos finos e adaptáveis predominam no sentido de se moverem rápido pela água. Na terra, a maioria dos animais tem membros ou apèndices para se movimentar, e no céu os pássaros são governados pelas leis de aerodinâmica. 

Cockell observa que os alienígenas talvez não tenham braços e pernas, mas sim tentáculos para agarrar objetos. E que, provavelmente, na cabeça eles podem ter olhos, ouvidos e uma boca, mas não da maneira que conhecemos. “Uma boca não precisa estar precisamente abaixo dos olhos”, assinala.

Dessa forma, adaptações alienígenas semelhantes à vida terrestre – de humanoides a beija-flores – podem ter surgido em bilhões de mundos.

(Do artigo de Bill Retherford para a revista Forbes)