Por
Sheila Sacks
A informação está
no relatório Reuters Digital News Report
2017
Com
a ressalva de que a pesquisa se concentra no Brasil urbano, o mais recente
relatório da Reuters Digital News Report sobre o consumo de mídias digitais, divulgado
em 28/09 confirma que as emissoras de televisão ainda dominam o
ambiente da mídia no país, com mais de 97% das famílias tendo um aparelho de TV
em casa. O estudo que leva a chancela do Instituto
Reuters para o Estudo do Jornalismo, da Universidade de Oxford (Reino
Unido), destaca, porém, que as plataformas online já são as principais fontes
de informações para as pessoas com maior renda e melhor nível educacional. A
novidade é a ascensão do WhatsApp, em
2016, como ferramenta para compartilhamento de notícias, abalando a hegemonia
do Facebook que teve uma queda de
12%. Ainda assim, esta rede social permanece na liderança, com um índice de
57%.
A
pesquisa assinala que oito em cada dez brasileiros usam o Facebook para qualquer propósito. Em 2016, os smartphones
ultrapassaram os computadores como o principal canal para consumo de notícias
online, com a ressalva de que 91% dos internautas acessam a web via celular.
Isso, não obstante a grave crise econômica e o aumento do desemprego que
contribuíram para que mais de 36 milhões de linhas móveis fossem desconectadas
pelas operadoras de telecomunicações nos dois últimos anos.
Em
relação à mídia impressa, o relatório registra a queda de 8% na circulação dos
cinco maiores jornais do país e o fechamento do Jornal do Commércio, o mais antigo do Rio de Janeiro, fundado em
1827. Menciona ainda a informação da Folha de São Paulo que, em agosto de 2016,
teve a edição impressa superada pela sua circulação digital. No entanto, a
porcentagem de brasileiros que pagam por notícias online permaneceu em 22%, a
mesma de 2015, com os usuários que se utilizam de bloqueador de anúncios
somando 17%. Quanto aos investimentos em publicidade digital, estes aumentaram
26% quando comparados a 2015.
O
Reuters também inclui no estudo um
gráfico com as principais mídias online de notícias acessadas por internautas
brasileiros. A liderança coube ao UOL
Notícias, com 47% de usuários, seguido pelo G1 (43%) e O Globo online
(43%). Com referência aos noticiosos das emissoras de televisão, o Globo News respondeu por 60% dos
telespectadores, bem à frente do Jornal
do SBT (36%) e do BandNews (35%).
Mas segundo a avaliação dos entrevistados, o BandNews é melhor na apuração das notícias, na exposição de
assuntos complexos e em assumir opiniões, acima do UOL e da Folha de São Paulo.
Nesses quesitos, O Globo teve a
avaliação mais fraca entre as quatro mídias pesquisadas.
A
pesquisa incluiu uma análise do jornalista Rodrigo Carro, que foi bolsista do
Instituto.
Mundo digital
No
âmbito global, o Reuters Digital News
Report apurou que mais da metade (54%) de todos os usuários on-line nos 36
países pesquisados dizem que usam as mídias sociais como fonte de notícias,
variando entre 76% no Chile e 29% no Japão e na Alemanha. Nos Estados Unidos
houve um aumento de 9% para 16% no consumo de notícias pagas online, mas em
contrapartida triplicou a oferta de notícias gratuitas. Muitos que pagam pelas
notícias o fazem, segundo a consulta, para “ajudar a financiar o jornalismo”.
Sobre
o fenômeno das fake news (notícias
falsas), as redes sociais não receberam uma boa avaliação. Apenas um quarto dos
entrevistados (24%) considera que as redes sociais sejam capazes de separar o
fato da ficção. Em se tratando de meios de comunicação, essa avaliação sobe
para 40%.