por Sheila Sacks
publicado no Rio Total
A ação militar que impediu a entrada não autorizada de uma expedição de barcos à costa israelense – seja qual fosse o seu objetivo, já que seria um ato ilegal, um desafio à soberania de uma nação e portanto sujeito à reação - criou uma celeuma previsível entre aqueles que de alguma forma necessitam ou vivem do marketing da mídia, como os políticos, ativistas, articulistas e figuras públicas em geral.
A mais recente tática de misturar grupos violentos como o Hamas com as chamadas ONGs (Organizações Não Governamentais) de ajuda ao próximo, está resultando em comandos híbridos e dissimulados que confundem e dividem as tradicionais posições ideológicas. A noção do mal tornou-se obsoleta e a farsa ganha tons de verdade.
Um exemplo de orientação equivocada a qual figuras respeitáveis das mais variadas nacionalidades estão assumindo diz respeito à condenação, a priori, de toda ação militar do estado de Israel que provoque baixas em seus antagonistas. Segundo esse ponto de vista, os militares israelenses, mesmo que afrontados e correndo risco de morte, deveriam pensar inicialmente no constrangimento e atribulações pessoais que poderão causar aos judeus do mundo com sua movimentação bélica. Entretanto, exigir cavalheirismo em meio a uma operação de corpo a corpo onde de um lado predomina o vale-tudo e do outro se exige a prática dos bons costumes cheira a hipocrisia.
Pretexto para o antissemitismo
Na entrevista ao jornal “O Globo” (5/6/2010), a escritora, historiadora e psicanalista francesa, Elizabeth Roudinesco, expressa o sentimento que dominou grande parte da comunidade judaica mundial diante da ação israelense para barrar a entrada não autorizada do comboio marítimo. Disse ela que o ataque ao barco estimula o crescimento do antissemitismo. Ao se definir como “mais francesa, mais universalista, mais europeia do que judia”, a respeitada acadêmica repete os mesmos jargões da elite judaica alemã, nos anos 1930, antes do nazismo se instalar na Alemanha e se espalhar pela Europa.
Para esses judeus universalistas, os israelenses fariam melhor destacando-se somente como escritores, filósofos, músicos, pintores, doutores, cientistas e demais profissões que rendem dividendos em “boa publicidade”. Um sonho ao qual os israelenses ainda não se podem dar ao luxo, ainda que o desejem. Vivendo sob risco e pressão continuada, o estado de Israel, surpreendentemente, faz as duas coisas: defende-se e produz ciência e arte.
Mas, vale lembrar que ser bom patriota ou figura ilustre da sociedade na Diáspora não é garantia de que se esteja a salvo do preconceito. O antissemitismo está vivo e independe das ações de Israel para sobreviver. Encontrar pretexto para alimentar o ódio milenar não é tarefa das mais complicadas, seja na França, Suécia, Argentina ou Brasil, para citar alguns países.
Da parte de Israel, a incessante busca ao longo de mais de seis décadas pela convivência pacífica com os seus vizinhos, associada à tranqüilidade e segurança que os seus habitantes têm o direito de usufruir, afigura-se penosa de se alcançar. Essa dificuldade - advinda da insensata obstinação dos árabes em não aceitarem a existência de Israel – é uma realidade clara e transparente que o mundo prefere ignorar ou minimizar, principalmente quando o país se vê levado a reagir a um ato premeditado de desestabilização à sua autoridade.
Existem maneiras legais de ativistas pacíficos realizarem as suas missões, mesmo que sejam políticas e ideológicas. Mas o que anima essa gente a desafiar, preferencialmente as nações democráticas em detrimento às ditaduras onde imperam o terror, o medo e o silêncio, é a certeza de que as leis e a justiça nos países livres sempre atuam a favor dos cidadãos, sejam quais forem as suas nacionalidades e crenças. Os ativistas estrangeiros têm consciência que após o tumulto e a desordem, que fatalmente ocasionam vítimas, retornarão aos seus países de origem e receberão tratamento de herois no foco da mídia.
A mais recente tática de misturar grupos violentos como o Hamas com as chamadas ONGs (Organizações Não Governamentais) de ajuda ao próximo, está resultando em comandos híbridos e dissimulados que confundem e dividem as tradicionais posições ideológicas. A noção do mal tornou-se obsoleta e a farsa ganha tons de verdade.
Um exemplo de orientação equivocada a qual figuras respeitáveis das mais variadas nacionalidades estão assumindo diz respeito à condenação, a priori, de toda ação militar do estado de Israel que provoque baixas em seus antagonistas. Segundo esse ponto de vista, os militares israelenses, mesmo que afrontados e correndo risco de morte, deveriam pensar inicialmente no constrangimento e atribulações pessoais que poderão causar aos judeus do mundo com sua movimentação bélica. Entretanto, exigir cavalheirismo em meio a uma operação de corpo a corpo onde de um lado predomina o vale-tudo e do outro se exige a prática dos bons costumes cheira a hipocrisia.
Pretexto para o antissemitismo
Na entrevista ao jornal “O Globo” (5/6/2010), a escritora, historiadora e psicanalista francesa, Elizabeth Roudinesco, expressa o sentimento que dominou grande parte da comunidade judaica mundial diante da ação israelense para barrar a entrada não autorizada do comboio marítimo. Disse ela que o ataque ao barco estimula o crescimento do antissemitismo. Ao se definir como “mais francesa, mais universalista, mais europeia do que judia”, a respeitada acadêmica repete os mesmos jargões da elite judaica alemã, nos anos 1930, antes do nazismo se instalar na Alemanha e se espalhar pela Europa.
Para esses judeus universalistas, os israelenses fariam melhor destacando-se somente como escritores, filósofos, músicos, pintores, doutores, cientistas e demais profissões que rendem dividendos em “boa publicidade”. Um sonho ao qual os israelenses ainda não se podem dar ao luxo, ainda que o desejem. Vivendo sob risco e pressão continuada, o estado de Israel, surpreendentemente, faz as duas coisas: defende-se e produz ciência e arte.
Mas, vale lembrar que ser bom patriota ou figura ilustre da sociedade na Diáspora não é garantia de que se esteja a salvo do preconceito. O antissemitismo está vivo e independe das ações de Israel para sobreviver. Encontrar pretexto para alimentar o ódio milenar não é tarefa das mais complicadas, seja na França, Suécia, Argentina ou Brasil, para citar alguns países.
Da parte de Israel, a incessante busca ao longo de mais de seis décadas pela convivência pacífica com os seus vizinhos, associada à tranqüilidade e segurança que os seus habitantes têm o direito de usufruir, afigura-se penosa de se alcançar. Essa dificuldade - advinda da insensata obstinação dos árabes em não aceitarem a existência de Israel – é uma realidade clara e transparente que o mundo prefere ignorar ou minimizar, principalmente quando o país se vê levado a reagir a um ato premeditado de desestabilização à sua autoridade.
Existem maneiras legais de ativistas pacíficos realizarem as suas missões, mesmo que sejam políticas e ideológicas. Mas o que anima essa gente a desafiar, preferencialmente as nações democráticas em detrimento às ditaduras onde imperam o terror, o medo e o silêncio, é a certeza de que as leis e a justiça nos países livres sempre atuam a favor dos cidadãos, sejam quais forem as suas nacionalidades e crenças. Os ativistas estrangeiros têm consciência que após o tumulto e a desordem, que fatalmente ocasionam vítimas, retornarão aos seus países de origem e receberão tratamento de herois no foco da mídia.